Venda de latas bate recorde e fatura R$ 17,5 bilhões em 2020

Vendas de latas de alumínio para bebidas cresce 7,3% em 2020 confirmando expansão durante a crise da pandemia

Num ano de queda para a atividade industrial no Brasil de 4,5%, devido aos impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus, a indústria de latas de alumínio para bebidas caminhou na direção contrária registrando crescimento em 2020.

Mesmo ficando abaixo do crescimento no ano anterior, onde obteve mais de 13% de expansão, o resultado obtido pela indústria das latas de alumínio em 2020, crescendo 7,3%, confirma tendência de mudanças de hábitos do consumidor onde as latas se beneficiaram da maior conveniência para o consumo em casa e para o transporte em vendas através de e-commerce.

Num ano de pandemia, de mercado instável e com várias dificuldades, a indústria de latas de alumínio alcançou um total de 32 bilhões de latas comercializadas, um recorde, com faturamento bruto de R$ 17,5 bilhões.

A pandemia mudou o perfil de consumo das bebidas, fazendo com que as pessoas consumissem mais em casa, principalmente no mercado de cerveja, favorecendo o resultado positivo obtido pelo setor.


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Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Produtores de Latas de Alumínio (Abralatas) que representa os grupos presentes no setor de fabricação de latas no Brasil: Ardagh, Ball, CanPack Brasil e Crown Embalagens.

Em virtude do crescimento sequencial ao longo dos últimos anos, o setor encontra-se em plena expansão. Em 2020, duas novas fábricas foram inauguradas e a ampliação de linhas de produção já existentes resultaram em investimentos de cerca de R$ 1 bilhão. Atualmente o Brasil é o terceiro maior mercado consumidor da lata de alumínio, atrás da China e dos EUA.

O setor continuará investindo no país buscando suprir um mercado que, devido a pandemia, aumentou sua demanda por embalagens. Em 2021, três novas fábricas serão inauguradas e o investimento será de R$ 2 bilhões.

“Hoje, o consumidor busca embalagens sustentáveis, busca conveniência, uma vez que a embalagem gela mais rápido; ocupa menos lugar na geladeira e não quebra; e, por fim, quer um mix de produtos e tamanhos. Atualmente, há até cachaça e água em lata. E é claro, muita cerveja”, afirmou Cátilo Cândido, presidente executivo da Abralatas em declaração ao site Metrópoles.

Com o aumento do consumo da bebida em latas em 2020 o mercado de cerveja no Brasil passou a obter um novo na utilização da embalagem passando de 55% em 2019 para 70% em 2020 de acordo com a associação. Esse fenômeno se deve principalmente a migração de parte do consumo de bares e restaurantes para compra de cervejas em supermercados, onde a lata ganhou maior espaço.

Era esperado que este crescimento ocorresse ao longo de cinco anos, mas com o impacto da pandemia a tendência se acelerou e a meta foi alcançada nos últimos 12 meses.


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Sobre o autor

Felipe Freitas é engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação Tecnológica pela EQ/UFRJ e analista do mercado de cervejas.