O consumo doméstico de cerveja nos EUA tem caído ao longo das últimas duas décadas, enquanto o o interesse da China por cervejas americanas aumentou. As vendas de Budweiser na China, no primeiro semestre de 2018, pela primeira vez ultrapassaram as dos EUA e é esperado que essa tendência continue.
O consumo doméstico de Budweiser nos EUA não se alterou muito desde 2000, ficando na faixa dos 23,5 bilhões de litros, porém os tipos de cerveja consumidos na América se alteraram. De acordo com a Rabobank as cervejas norte-americanas correspondiam a 87,7% do consumo doméstico, está percentual vai para 67,6% em 2017. As cervejas importadas e as artesanaisjuntas correspondiam a 12,3% do consumo norte -americano em 2000, este percentual aumentou atualmente para 32,4%.
Os consumidores americanos estão se afastando das cervejas domésticas abundantemente disponíveis. Elas estão sendo trocadas por opções importadas. Ao invés de Budweiser, Heineken e Coors, as pessoas estão escolhendo Corona, Modelo e Dos Equis.
A mesma tendência é observada na China, eles enxergam a Budweiser como uma cerveja importada cobiçada, mais cara que as opções chinesas. Este padrão também é visto em todos os países grandes consumidores de cerveja como México, Brasil, Reino Unido e Alemanha. Cervejas nacionais estão em queda e importadas e artesanais estão em ascensão.
Francois Sonneville, analista sênior de bebidas na Rabobank, identifica quatro razões principais para essa mudança.
A imigração tem aumentado globalmente tem aumentado globalmente, e com isso, as opções de cervejas se expandiram. Pessoas querem o que elas provaram quando estão de volta em casa. Semelhantemente, quando as pessoas retornam de viagens de férias, as pessoas querem trazer para casa um pedaço da viagem.
Isso também está relacionado em como as marcas se posicionam globalmente. As duas maiores cervejarias são AB-Inbev e Heineken, e elas possuem presença global e capacidade de investimento em muitos mercados ao mesmo tempo. Isso lhes permite serem bem-sucedidas e serem lucrativas em mercados incomuns como a China onde tipicamente marcas menores não conseguem competir.
Finalmente, consumidores estão agora mais experientes em relação a harmonizações entre comida e cerveja. Tudo como parte da tendência de premiunização, que direciona a demanda do consumidor para cervejas importadas e artesanais devido a necessidade de maior diversidade de cervejas.
Sonneville reconhece que a explosão da cerveja artesanal está diminuindo na américa, mas espera que o declínio no consumo de cervejas domésticas dos EUA ainda continue.