Cada vez mais atraentes e adaptadas a momentos de consumo, as latas de alumínio para bebidas conquistaram ainda mais espaço na mesa dos brasileiros. Números divulgados pela Abralatas indicam crescimento de 8,5% nas vendas em 2018, um índice quatro vezes maior que o estimado pelos produtores de cerveja e sete vezes maior quando comparado ao Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado. Ao todo, foram 26 bilhões de unidades vendidas pelos associados da Abralatas – Ardagh, Ball, CanPack Brasil e Crown Embalagens. Os números registram um recorde para o setor, com previsão de mais crescimento em 2019.
Além de ter sido um ano de Copa do Mundo, tradicionalmente marcado por comemorações e maior consumo de bebidas frias, o aumento nas vendas se explica também pela ampliação no mercado de cerveja – a maior parte envasada hoje em latinhas –, e pelo fato de muitos fabricantes de bebidas optarem pela lata de alumínio em detrimento do vidro e do plástico, por exemplo.
“Houve substituição das embalagens de vidro, long neck e vidro retornável, pelas latas de alumínio em vários segmentos. Isso explica em grande parte esse crescimento do nosso setor, uma vez que o mercado de bebidas não apresentou resultado semelhante em 2018”, explica Renault Castro, presidente executivo da Abralatas. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Cerveja (Sindicerv), que reúne empresas responsáveis por 80% da produção de cerveja no país, o aumento estimado para o setor em 2018 é de cerca de 2%.
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Outro fator que alavancou as vendas da latinha foi o crescimento exponencial do setor de cervejas artesanais. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), 2018 registrou o surgimento de 210 novas fábricas dessa bebida. Isso significa que, a cada dois dias, uma cervejaria abriu as portas. Em busca da preservação do sabor da bebida, muitos estão apostando no envasamento em latinhas.
O ano encerrou com um total de 889 fábricas em todo o país, aumento de cerca de 23% em relação a 2017. De acordo com a U.S. Aluminum Association, em 2002, apenas uma cervejaria artesanal na América do Norte utilizava latas de alumínio. Hoje, mais de 500 cervejarias produzem 2 mil variedades de cervejas em latas naquele continente.
Carlos Eduardo Pires, presidente da Ball na América do Sul, explica que o crescimento no setor de latas se deve também à expansão no mercado de bebidas prontas como vodca e chá. “Ambas as categorias também apresentaram crescimento no mercado de latas. A Ball, atenta à realidade e necessidades do mercado e de seus clientes, tem desenvolvido um amplo trabalho focado em tecnologias de impressão que permitam velocidade para volumes menores e formatos variados de latas, que abrem espaço para o posicionamento dessas novas categorias de produtos”, explica Pires.
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Para Paulo Dias, presidente da CanPack Brasil, os resultados foram melhores do que o esperado. Ele lembra que a empresa investiu mais de R$ 1 bilhão no Brasil desde 2015. “Foi um investimento significativo, visando atender ao potencial de crescimento do mercado brasileiro. Depois de 2017 e 2018, vimos que foi uma sábia decisão, tomada no momento certo”, avalia.
Já a Ardagh, em 2018, consolidou sua posição no mercado brasileiro ao inaugurar sua primeira fábrica de tampas para latinhas, localizada em Manaus (AM). A unidade torna a empresa autossuficiente em relação à sua produção de tampas para complementar as latas produzidas nas suas unidades em Jacareí (SP) e Alagoinhas (BA).
O presidente da empresa, Jorge Bannitz, conta que a nova unidade abriga equipamentos de produção de última geração. “A capacidade inicial de 4 bilhões de tampas por ano chegará, em julho de 2019, a 5,4 bilhões, em atendimento à crescente demanda do mercado brasileiro”, comenta.
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