Um dos relatórios mais abrangentes sobre os impactos econômicos da indústria mundial de cerveja foi publicado pela renomada empresa Oxford Economics a pedido da instituição Worldwide Brewing Alliance (WBA), e o Brasil está entre um dos países com dados reportados sobre impactos da indústria no PIB, tributos e empregos.
A WBA representa mais de 80% da produção mundial de cerveja. A associação WBA abrange Austrália, Brasil, Canadá, Europa, Japão, Coréia, América Latina, Nova Zelândia, Nigéria, Reino Unido e EUA. Os dados para o relatório foram fornecidos por 4 dos maiores conglomerados globais Anheuser-Busch InBev, Carlsberg Group, Heineken, e Molson Coors Beverage Company.
O estudo examinou 70 mercados em todo o mundo que cobriam 89% de toda a cerveja vendida no planeta com foco em 2019, o último ano antes do Covid impactar a indústria. Naquele ano, o setor de cerveja apoiou 23 milhões de empregos, desde a agricultura até a entrega ao varejo, e também a bares e restaurantes.
O Brasil, de acordo com a publicação, contribuiu com 1,9 milhões de emprego que possuem algum grau de ligação com o setor cervejeiro, ao longo dos diversos pontos de sua cadeia de suprimento.
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Isso significa que quando comparado a totalidade dos postos de trabalho avaliados no relatório ligados ao setor cervejeiro, o Brasil se encontra na segunda posição no mundo (8,32% do total) , ficando logo atrás da China (32,21% do total) e a frente dos Estados Unidos (6,1% do total).
Representando associações comerciais cervejeiras e vários grandes conglomerados cervejeiros, a WBA cobre mais de 80% da produção global de cerveja e é uma voz relevante para defender a sua indústria. A principal razão pela qual a WBA criou o relatório foi que os relatórios econômicos sobre o setor eram muitas vezes fragmentados, concentrando-se em um país específico ou números regionais.
“Este relatório histórico mostra a escala de nosso impacto na criação de empregos, crescimento econômico e receita tributária do governo, e em uma longa e complexa cadeia de valor, de campos de cevada a bares e restaurantes.”, disse Justin Kissinger, presidente e CEO da a WBA. “O setor cervejeiro é um motor vital da economia. O sucesso da recuperação econômica global depende disso e vice-versa .” concluiu ele.
A indústria cervejeira no Brasil contribuiu com 28,7 bilhões de dólares em 2019, equivalente a 1,5% do PIB nacional
Os números do relatório mostram como a indústria da cerveja contribui fortemente com a geração de empregos a jusante da produção da bebida, tanto no “on trade” do setor de serviços – bares, restaurantes e hotéis – quanto no “off trade” nas diversas modalidades dos canais de varejo.
No Brasil 819,1 mil empregos do total de 1,9 milhões estão ligados ao setor de insumos para a indústria de cerveja, enquanto 1,1 milhão, ou seja, cerca de 58% estão ligados com pontos no downstream da cadeia com a distribuição e vendas da bebida, como mostra o gráfico acima.
Na divisão considerando empregos diretos, indiretos e induzidos pelo setor cervejeiro, a maior parcela está concentrada nos indiretos com 771, 4 milhões, seguidos pelos diretos com 714,6 milhões e pelos induzidos com 436,1 milhões.
“A cerveja é importante: para a economia, a criação de empregos e o sucesso de uma ampla gama de atores em nossa cadeia de valor. Essa profunda compreensão de nosso impacto global permite que a WBA aproveite totalmente a força de seu setor, seus vínculos com parceiros e comunidades do setor e compartilhe sua visão de um setor próspero e responsável.” finalizou Kissinger.
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.