A empresa de consultoria inglesa IWSR destacou o crescimento do mercado de vinhos brancos e espumantes no Brasil num fenômeno de hábito de consumo pós pandemia.
Este fenômeno tem se apoiado numa ampliação da disputa destas bebidas alcoólicas com a cerveja, por buscar ocasiões de consumo presentes no verão brasileiro.
Importadores e distribuidores de vinho no Brasil tem reportado aumentos no consumo desses tipos de bebida após o pico de vendas de vinho tinto ocorrido durante a pandemia do novo coronavírus, após essa fase o consumo de vinho tinto iniciou um declínio mas ainda se mantém como o de maior volume entre vinhos vendido no país. Parte desse declínio foi substituído pelo consumo de vinho branco e espumantes.
Analistas têm reportado que o público brasileiro tem aberto a possibilidade de consumo de vinhos branos e espumantes por absorver o conhecimento de que são boas opções de bebidas alcoólicas para o verão, uma ocasião de consumo que é tradiconalmente é associada a cerveja no país.
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De acordo com a IWSR, a venda de espumantes no Brasil subiu 24% em volume entre os anos de 2020 e 2021, enquanto entre 2021 e 2022 a alta acumulada foi de 12%. Em 2023 versus o ano anterior a alta foi de 4%, demostrando uma resiliência nesta expansão.
Esse fenômeno de hábito de consumo ocorre após um pico de vendas de vinho tinto ocorrido durante a pandemia do Covid-19, após essa fase o consumo de vinho tinto iniciou um declínio mas ainda se mantém como o de maior volume entre vinhos vendido no país. Parte desse declínio foi substituído pelo consumo de cinho branco e espumantes.
Com isso, o Brasil tem se tornado uma opção interessante para exportadores de espumantes e vinho branco que não possuem mercados com grandes possibilidades de crescimento na Europa e Estados Unidos.
De acordo com publicação do Valor a demanda de espumantes da loja de vinhos WIne levou a um aumento em 50% das suas importações no ano de 2023, confirmando a tendência observada pela IWSR.
O crescimento do interesse de brasileiros por vinhos brancos e espumantes amplia a competição com a categoria de cerveja, mas também pode abrir em alguma medida para cervejas de maior valor agregado.
Cervejas que recebem refermentação no método Champenoise e também as chamadas cofermentações que utilizam malte e uva podem receber mais atenção do público que amplia seu interesse por espumantes e vinho branco.
Um grande obstáculo nesse roteiro é estar presente nos locais de venda para este público alvo e possuir um desenvolvimento de marca que auxilie neste apelo.
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.