Heineken tem prejuízo de 100 milhões de dólares apesar de crescimento em vendas

Heineken reporta prejuízo líquido milionário no primeiro semestre de 2024 apesar de ampliar vendas

A cervejaria holandesa Heineken reportou prejuízo líquido de 95 milhões de euros (equivalente a cerca de 100 milhões de dólares) no primeiro semestre de 2024 divulgado nesta segunda-feira, 29 de julho.

O resultado apresenta uma queda em relação ao lucro de 1,16 bilhão de euros apurado em igual período do ano passado.

Os analistas de mercado esperavam um lucro de 985 milhões de euros, segundo consenso fornecido pela própria empresa.

O fraco desempenho da Heineken foi atribuído a uma baixa contábil de 1,05 bilhão de euros relacionada principalmente à desvalorização de sua fatia de 40% na cervejaria chinesa CR Beer.

Já o lucro líquido ajustado da Heineken – uma das métricas preferidas da companhia – subiu para 1,2 bilhão de euros na primeira metade de 2024, ante 1,15 bilhão de euros um ano antes e em linha com as expectativas do mercado.

A receita líquida orgânica cresceu 5,9% na mesma comparação, a 17,81 bilhões de euros, superando o consenso de 15,19 bilhões de euros.

Prejuízo da Heineken se deveu a perda financeira na China

A Heineken registrou uma perda contábil de 874 milhões de euro (949 milhões de dólares), relativa a sua participação na maior cervejaria da China que foi parcialmente adquirida em 2019.

A redução de gastos do consumidor chinês levou a uma queda do valor de mercado desta participação da holandesa. A China é o maior mercado de cerveja do mundo.

Os volumes de cerveja consolidados, incluindo Heineken e mais de 300 outras marcas como Amstel, Red Stripe, Sol e Desperados, tiveram expansão orgânica de 2,1%, menor do que o avanço previsto de 3,2% por analistas. Ao se avaliar apenas da marca Heineken, os volumes aumentaram 9,2%.

Um outro destaque positivo sob o aspecto de aumento de volume de vendas foi o crescimento da Heineken 0.0 que ampliou suas vendas em 14%.

A Heineken agora espera um crescimento de lucro operacional entre 4% e 8% em 2024, um redução em relação a sua previsão original.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.