Premiada no Brasil e internacionalmente com mais de 40 cervejas diferentes, a Bodebrown levou sua viagem criativa e sensorial para o mundo dos vinhos. Inovando em sua trajetória, a cervejaria curitibana lança seu primeiro vinho tinto, o Bodebrown One Millésime 2017.
Elaborado no Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, é um Gran Reserva criado com um blend consagrado que traz as uvas Tannat, Cabernet Franc e Petit Verdot. A fermentação, contudo, trouxe outra surpresa: recebeu adição de leveduras cervejeiras, além das tradicionalmente usadas em vinhos.
“O lançamento do vinho é também um “convite” para que chefs e o mercado gastronômico abram mais espaço para as cervejas” diz Samuel Cavalcanti, CEO da Bodebrown
As cervejarias têm se convertido cada vez mais em espaços de experimentações e boa parte delas se direcionam em explorar a interface existente entre cervejas e outras bebidas o que atrai o interesse de públicos mais relacionados a estes produtos
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A própria Bodebrown no últimos anos realizou uma série de lançamentos em que já dialogava frequentemente com o mundo dos vinhos.
“Ao criarmos nosso vinho, fazemos também um convite para os chefs de cozinha, e o mercado gastronômico em geral, conhecerem e divulgarem mais a harmonização com cervejas”, revela Samuel Cavalcanti.
“Estamos há mais de 10 anos no mercado e já vemos alguns restaurantes que abriram as portas para as cervejas artesanais, com destaque para produtos especiais, como as garrafas de 750 ml e os rótulos envelhecidos em madeira. Mas sentimos que ainda existe muito espaço para ser conquistado pela combinação entre pratos e cerveja – principalmente na chamada alta gastronomia. Com este lançamento de um tinto que ficou tão incrível, a intenção é também chamar a atenção para as criações cervejeiras. Quem só bebe vinho e não conhece nossos produtos, ao provar este tinto certamente vai ficar curioso e se indagar: ‘se este pessoal faz um vinho tão bom, e nem é a especialidade deles, imagina como são as cervejas!?.’. É este tipo de descoberta que queremos provocar”.
O vinho da Bodebrown é definido por Cavalcanti como um legítimo quebra-cabeças, criado por ele para unir dois mundos das bebidas especiais. “Realizamos a aproximação entre a escola tradicional do vinho e o mundo mágico da cerveja”, conta Cavalcanti. “Ele foi elaborado a partir de duas fermentações simultâneas, uma com a levedura cervejeira Kveik Yeast e outra com leveduras comumente utilizada nos vinhos”.
Engarrafado em 2017, o complexo blend levou 85% de uvas Tannat, 10% de Cabernet Franc e 5% de Petit Verdot. Possui 14% de graduação alcoólica.
O resultado no olfato é complexo, remetendo a frutas vermelhas como amoras e cerejas, e ainda figo, ameixa e algumas especiarias, como noz-moscada, pimenta negra e um toque de baunilha. No paladar, é levemente encorpado, untuoso, macio, equilibrado e persistente, com taninos redondos. Possui uma cor rubi marcante.
O maestro da Bodebrown ressalta também que a simbiose entre a produção de vinhos e a elaboração cervejeira resultou numa cerveja igualmente revolucionária, a Bodebrown Grapes Stout. Elaborada com parte do mosto de uvas fermentado com levedura cervejeira e vinífera utilizado no vinho, ela foi lançada em 2020.
Serviço:
Bodebrown One Millésime 2017
Valor: R$ 249
Venda: loja.bodebrown.com.br/vinho-bodebrown-2017
Sobre a Bodebrown
A Bodebrown foi fundada em Curitiba, no ano de 2009. Desde então, conquistou fãs no mundo todo e muitos prêmios. É uma das cervejarias mais premiadas da América do Sul, além de pioneira no Brasil em estilos como Imperial IPA e cervejas envelhecidas em madeira. Também foi precursora ao divulgar a cultura das cervejas colaborativas com marcas internacionais, como Stone Brewing, Adnams, Caledonian, Doppio Malto, O’Dell, The Hops, Hargreaves Hill, New Belgium, Baird, Devil’s Peak e Primus. Em 2020, lançou uma cerveja em parceria com a banda Iron Maiden, a Trooper Brasil IPA.
Primeira cervejaria escola do país, já formou mais de sete mil alunos. Promove, ainda, o passeio de trem BeerTrain, que lançou a ideia de degustação de cervejas artesanais a bordo de vagões. A estrutura da fábrica conta com o Tap Haus, espaço equipado com contêineres de autoatendimento para venda de chopes.
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.