Rua da Cerveja: Cotovelo será terceira cervejaria a abrir em projeto no centro do Rio

Foto: Rafael Barbosa

Choperia Cotovelo será a terceira cervejaria inaugurada dentro do projeto Rua da Cerveja destacando a valorização de imóvel histórico

A Choperia Cotovelo será o terceira cervejaria inaugurada dentro do projeto Rua da Cerveja, iniciativa de revitalização cultural e econômica da Rua da Carioca, no coração do Centro do Rio de Janeiro.

Com estrutura robusta, gestão experiente e parceria entre nomes consolidados da cena cervejeira e de negócios do centro do Rio, o empreendimento será um dos destaques do pólo cervejeiro.

Ocupando o espaço de dois imóveis históricos de 1877 restaurados com incentivos do programa Reviver Centro, o espaço é um brewpub (restaurante com microcervejaria anexa) que ocupará cerca de 400 m² distribuídos entre térreo e mezaninos. O espaço manterá elementos arquitetônicos originais, como pisos de ladrilho hidráulico e balcões de madeira de demolição, promovendo a combinação entre identidade histórica e modelo de negócios contemporâneo.

A Rua da Cerveja é um projeto com inúmeros desafios e oportunidades que já foram avaliados em análise publicada pela Catalisi. O projeto é uma chance para possa se alavancar o cenário de microcervejarias dentro da cidade do Rio de Janeiro.


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A Cotovelo contará com oito torneiras de chope artesanal com salão que terá cerca de 30 mesas, a fábrica anexa ao salão tem capacidade de 5 mil litros localizada localizado no mezaninoda casa. O bar terá capacidade de atender até 120 pessoas simultaneamente, com foco em experiências de consumo diferenciadas e programação musical.

A inauguração da Cotovelo Choperia ocorrerá no dia 17 de junho, dando mais um passo no projeto Rua da Cerveja que já conta com dois negócios em operação as cervejarias Vírus Bier e Piedade Cervejaria. O projeto já conta também com um bar de hidromel da marca Martelo Pagão.

A Cotovelo é fruto de uma sociedade entre a cervejaria Búzios, a Tio Ruy Cervejaria, e o empresário Raphael Vidal, conhecido por sua atuação à frente de negócios no entorno do Largo da Prainha, como o Bafo da Prainha, que se tornou referência em ativação de espaços históricos através da gastronomia e da cultura popular.

Cotovelo investiu em resgate histórico do imóvel utilizado

A intervenção realizada no imóvel da Cotovelo vai além da função comercial. O projeto também cumpre um papel de preservação patrimonial e resgate arquitetônico, em linha com a proposta do projeto Rua da Cerveja. Os dois sobrados de 1877 ocupados na Rua da Carioca passaram por cuidadosa restauração para devolver à cidade elementos originais do século XIX.

As paredes internas em alvenaria de pedra e cal foram descascadas manualmente, revelando camadas históricas de tijolos e azulejos que ficaram aparentes para compor a identidade do salão. Os tetos de madeira de lei com molduras ornamentadas, encontrados em bom estado estrutural, foram restaurados com técnicas artesanais, mantendo a estética original dos salões comerciais da época. No piso, os ladrilhos hidráulicos geométricos — característicos do final do Império — foram recompostos, complementando a ambientação de época com fidelidade.

Esse cuidado com o passado é parte do posicionamento da marca, que buscará oferecer não apenas um produto de qualidade, mas uma experiência imersiva que valoriza o patrimônio carioca. O mobiliário será composto por peças restauradas, e a iluminação foi planejada para destacar os detalhes construtivos originais, criando um ambiente que combina autenticidade histórica com conforto contemporâneo.

Perspectivas para a Rua da Cerveja

A Rua da Cerveja é o principal projeto de reocupação comercial ativa no Centro do Rio e faz parte do plano municipal de estímulo ao uso de imóveis históricos tombados por empreendedores da economia criativa.

De acordo com estimativas do setor, o conjunto de cervejarias e bares contemplados no edital do projeto poderá movimentar cerca de R$ 20 milhões anuais em faturamento conjunto a partir de 2025, quando todos os estabelecimentos estiverem operacionais.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.