Cervejas de baixo preço de grandes marcas crescem no varejo dos EUA

Padrão de consumo reportado durante pandemia do coronavírus está levando ao crescimento de marcas das grandes cervejarias no varejo dos EUA

Hábitos de consumo de cerveja dos norte-americanos no varejo mudaram drasticamente durante a recente crise da COVID-19 e dados começam a revelar isso.

Dados de um relatório da empresa de pesquisa de mercado InMarket revelam o crescimento de dois dígitos de marcas de cervejas leves e baratas dos grandes conglomerados de cerveja dos Estados Unidos a partir de março em lojas físicas de varejo.

Até o início da pandemia do novo coronavírus o padrão de consumo habitual dos últimos anos no varejo americano revelava um queda constante de cervejas mais leves e baratas enquanto ocorria o crescimento na venda de cervejas de maior valor agregado e com maior diversificação.

“É interessante de observar que com o advento do COVID e as pessoas não poderem sair de casa, elas passaram a adquirir em maior proporção tipos particulares de cerveja. Nesse caso, as pessoas estão preferindo comprar cervejas mais leves e mais baratas” declarou o CEO da InMarket, Todd DiPaola, em publicação da Forbes.


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Os líderes em crescimento de vendas no período, se comparando com o mesmo período do ano passado foram as marcas Busch Light (+44,4%), Miller Lite (+17,2%) e Michelob Ultra (+15,9%) nas três primeiras posições, a primeira e a terceira pertencentes ao conglomerado AB InBev e a segunda a uma de seus rivais nos EUA a Molson Coors,

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As 10 primeiras colocadas ainda contam com marcas como Bud Light e Miller High Life. A lista só encontra alguma diversificação nas marcas Modelo, Mexican Lager da gigante Constellation Brands, Fat Tire da grande artesanal New Belgium, comprada pelo grupo Kirin no ano passado, e a 312 da Goose Island, marca do portfólio artesanal também da AB Inbev.

O CEO da InMarket credita a mudança de comportamento a perda de renda da população, levando a busca de cervejas mais baratas e também a preocupação com com o corpo durante a quarentena, que tem marcado o crescimento de marcas com baixas calorias como a Michelob Ultra.

O público tem preferido esses produtos também devido a familiaridade com essas marcas e varejistas também dão preferência as mesmas pela facilidade de reabastecimento, evitando rupturas na cadeia de consumo.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.