A cervejaria Bierland, fundada em 2003 na cidade de Blumenau, iniciou uma fase de mudanças a partir de setembro do ano passado ao lançar uma linha de envasamento de latas, que segundo empresa ganhou fôlego ao verificar a boa aceitação do público à mudança.
A nova linha de enlatamento, capaz de envasar 4 mil latas de 350 ml/hora, (1,4 mil litros/h), apresenta praticamente o triplo da produtividade da antiga linha de garrafas em termos volumétricos.
O portal NSC Total publicou publicou que o redesenho da estratégia da cervejaria utilizou o aumento de escala como alavanca para conseguir alcançar preços mais competitivos em lojas e supermercados e a utilização de latas foi a engrenagem ideal para promover uma redução de custos por produto produzido.
— Precisamos de escala para justificar os investimentos. Há uma pressão do mercado por preços mais justos — declarou Rubens Deeke ao avaliar a ascensão do segmento de artesanais.
De fato ganhos de escala são mais afeitos a latas do que a garrafas, no armazenamento latas alcançam maiores eficiências na ocupação de espaço tanto em área quanto em altura. Latas também apresentam maior eficiência em relação ao transporte por serem compactas e mais leves.
O reposicionamento da cervejaria, além da embalagem, percorreu também um enxugamento do seu portfólio de produtos que passou de 15 estilos para seis (Pilsen, Weizen, IPA, Vienna, Stout e Strong) e restringiu, num primeiro momento, a sua distribuição apenas ao próprio estado. Quando trabalhava com garrafas a Bierland chegou a estar disponível em todo o país.
A expansão para estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná e também para a região centro oeste está prevista para o segundo semestre de 2019.
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A cervejaria de Blumenau tem o objetivo de triplicar sua produção mensal dos atuais 100 mil litros para 300 mil litros até 2021, chegando aos prontos de venda com preços cada vez mais justos e competitivos para o consumidor.
A democratização da cerveja artesanal proposta pela Bierland é um grande demonstrativo da microsegmentação que um nicho como o mercado artesanal têm ganho no país.
Isso significa que um segmento ainda muito pequeno, dado os padrões de consumo do Brasil, está crescendo em complexidade, exigindo que seus players tomem decisões estratégicas de em qual campo do jogo possuem maior potencial e aspirações de desenvolvimento.
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.