Credores pedem falência da cervejaria Backer

Foto: Dite Fui Ser Viajante

Com fábrica interditada por substância encontrada em lotes de produção, fundos de investimentos credores pedem falência da Backer

Dois fundos de investimentos ajuizaram pedido de falência da cervejaria Backer na Justiça de Minas Gerais, devido a débitos em aberto.

A cervejaria é alvo de investigação da Polícia Civil devido a presença da substância dietilenoglicol presente em garrafas comercializadas pela empresa e que são associadas a causa de uma série de intoxicações e seis mortes.

Um dos pedidos de falência foi realizado pelo fundo de Investimentos em Direitos Creditórios Interbank que alega ter um crédito com a Backer em aberto de cerca de 52 mil reais.

O outro fundo que também entrou com pedido de falência da cervejaria é o Intercapital que declara que a Backer possui uma dívida de R$ 356.198,41.


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A Backer encaminhou nota a veículos de imprensa mencionando que sua prioridade é custear o tratamento médico das vítimas de intoxicação.

“Imediatamente após o desbloqueio parcial dos bens pelo Tribunal de Justiça, ocorrido na última sexta-feira, a Backer iniciou as tratativas com os advogados dos clientes para efetivar o atendimento às suas necessidades. Todos os demais compromissos da empresa estão em segundo plano neste momento”, destacou a nota encaminhada ao portal O Tempo.

A produção da Backer era tida como de 800 mil litros por mês, com um faturamento estimado de R$ 8 milhões mensais, quase metade do faturamento do setor em Minas Gerais. A produção da cervejaria está interditada desde janeiro pelo Ministério da Agricultura.

Uma das causas da tomada de crédito da Backer foi a ampliação da sua área de fermentação de 50 para 70 tanques em 2019 para operação da fábrica, em boa parte pelo avanço de vendas do rótulo Belorizontina, responsável pelo início da associação dos casos de intoxicação com produtos da cervejaria.

Os negócios relacionados a cerveja da Backer começaram no início dos anos 2000 com fabricação de chope para a boate Três Lobos, espaço que não existe mais. Em 2005 os sócios iniciaram a cervejaria Backer, uma das precursoras das mercado de cerveja artesanal em Minas Gerais.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação Tecnológica pela EQ/UFRJ e analista do mercado de cervejas.