A pandemia da COVID-19 aumentou seus impactos ao longo das últimas semanas em todo o Brasil, provocando a lotação de UTIs e escassez de remédios para casos graves de internações em hospitais de diversas cidades do país.
Com isso, poderes estaduais e municipais estão promovendo restrições ao funcionamento de bares e restaurantes com intuito de reduzir o contato entre as pessoas, o que acaba por afetar diretamente o mercado de cerveja., cenário apontado entre as projeções da Catalisi para as perspectivas de 2021.
O pub da cervejaria Graja Beer em São Paulo, conhecida por sua atuação na busca de inclusão da periferia dentro da cena da cerveja artesanal, decidiu uma campanha de venda de vouchers para consumo posterior junto a seu público numa forma de tentar viabilizar a manutenção da casa, equipe e seus projetos de trabalho.
“A Graja tá buscando umas formas criativas e contado com a rede colaborativa, com a quebrada, para poder se manter” comentou o sócio-fundador da Graja Beer, Leandro Sequelle, sobre a ação.
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A fase emergencial do Plano São Paulo de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus estabelece medidas mais duras de restrição de algumas atividades entre os dias 15 e 30 de março, inclusive parte daquelas classificadas como essenciais.
Estabelecimentos comerciais podem operar somente com entrega (delivery) e retirada de automóvel (drive-thru), com proibição de retirada de produtos no local.
A campanha de vouchers da Graja Beer funciona como uma pré-venda dentro dos produtos oferecidos no bar, com 20% de desconto sobre o valor pago como uma forma de incentivar a participação do público que apoia a cervejaria.
“Acredito que isso é uma forma que pode agregar muito para outros empreendimentos e outros estabelecimentos. Pré-venda, clube de assinaturas, sistemas de vouchers. Coisas que façam com que o público some com as empresas nesse momento que está tão difícil” completa Leandro.
O recrudescimento da pandemia em diversos locais do país junto a uma baixa velocidade na vacinação, que não conseguiu imunizar totalmente sequer os grupos de risco da sociedade, somada ao aparecimento de novas variantes que aceleram o contágio da doença projetam perspectivas pessimistas para o setor de serviços e hospitalidade, onde se encontram bares e restaurantes.
Pequenos negócios estão sendo afetados duramente e a falta de um planejamento de apoio a médio a longo prazo de poderes governamentais combinado a campanhas de vacinação em maior intensidade, algo que precisava ter sido desenhado a cerca de um ano atrás para que pudesse ter efetividade, está deixando em risco diversos setores da economia incluindo pequenos negócios ligados ao mercado de cerveja.
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.