Relatório desenvolvido pelo banco de investimentos Credit Suisse e cujo alguns dados foram publicados pela revista Exame analisaram o comportamento de consumo de cerveja de uma faixa do público do mercado brasileiro.
A pesquisa mostrou como anda parte da disputa protagonizada pelos dois maiores grupos cervejeiros do país, as multinacionais Ambev e Heineken. E revelou fatos interessantes de como os hábitos dos consumidores e suas preferências tem se expressado em relação aos produtos destas empresas.
Enquanto a marca Heineken passou a ser cada vez mais apreciada no mercado brasileiro, fato este que levou o Brasil a ser o maior mercado da Heineken no mundo, a Skol, uma marca da Ambev continua sendo a mais consumida e o relatório do banco vislumbra alguns dos porquês disso.
A pesquisa realizada pelo Credit Suisse foi a mais abrangente sobre consumo de cerveja e contou com o apoio da consultoria norte-america Gerson Lehrman Group.
Leia mais:
O que esperar do mercado de cerveja em 2021
Infográfico – As maiores cervejarias do mundo de 2019
Importante destacar que o grupo de pessoas pesquisadas representa bem o conjunto da população brasileira em termos de sexo, idade e região, porém não apresenta a mesma representatividade em termos de renda e nível educacional que foi direcionado a uma faixa mais elevada que a média brasileira.
A pesquisa confirmou a preferência que os pesquisados apresentam pela cerveja Heineken, que se tornou uma espécie de sofisticação acessível para uma grande faixa da população brasileira. A marca foi citada por 28% dos pesquisados como a sua preferida.
Interessante notar que por concentrar muito esforço de marketing na sua principal marca, a Heineken se tornou uma espécie de referência de cerveja de qualidade por parte público posicionando outras marcas acima, próximo ou abaixo dela nas suas decisões de consumo.
Por outro lado a pesquisa revela que a Skol é a cerveja mais consumida. Dentre os respondentes 22% citou a marca da Ambev como a de seu maior consumo, fato confirmado pela parte da pesquisa que analisou também bares e pontos de venda.
Entre as possíveis principais motivações entre a diferença da preferência do público e o seu consumo o Credit Suisse aponta o maior preço da marca Heineken frente a concorrente, a maior disponibilidade da Skol nos pontos de venda destinados ao público pesquisado e também a falta de Heineken em garrafa, que ocorre por vezes nos estabelecimentos, fato este confirmado pela própria empresa.
O fator falta de garrafa é impactante porque o público pesquisado confirma sua preferência por consumo nesta embalagem, presente em 47% das respostas, que citaram que a cerveja apresenta melhor sabor nesta embalagem.
Os impactos da pandemia sobre a disponibilidade de cerveja foram sentidos pelos pesquisados, onde 18% responderam que tiveram dificuldades de encontrar algum tipo de cerveja em supermercados, lojas de conveniência ou mercados especializados.
Receba semanalmente o melhor conteúdo sobre o mercado de cerveja
Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.