As cervejarias Narcose (RS) e Japas (SP) lançaram uma cerveja colaborativa com características super experimentais, cujo a concepção da receita teve a participação também da sommeliére britânica Melissa Cole.
A Wrath of Kaiju é uma Russian Imperial Stout (10% ABV) com tucupi preto, um tradicional ingrediente indígena da Amazônia. Notas de chocolate, caramelo, café e um leve aquecimento alcoólico são complementados pelo umami trazido pelo tucupi preto e equilibrados pelo amargor do lúpulo.
O tucupi preto é uma redução do tucupi tradicional, bem conhecido na culinária indígena do alto Rio Negro. O molho, que possui sabores que combinam doce, azedo e salgado, umami, carrega uma semelhança com o shoyu, mas é produzido a partir de uma variedade de mandioca amazônica.
A Wrath of Kaiju foi comercializada pela primeira vez em 2019 nos EUA no festival Extreme Beer Fest que é organizado pelo site BeerAdvocate e pela cervejararia norte-americana Dogfish Head, que contou com a participação da Japas Cervejaria. Esse evento acabou impulsionando o início da produção da cervejaria brasileira em Nova Iorque.
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Esta é a primeira vez que é utilizado o tucupi preto, um produto tradicional de comunidades indígenas amazônicas, numa cerveja.
Além dessa versão base da Wrath of Kaiju, as cervejarias produziram também uma outra com adição de yuzu, uma fruta originária do leste chinês, que trouxe à cerveja notas cítricas e ainda mais complexidade.
O resultado desta experimentação da Narcose e da Japas Cervejaria é uma cerveja de guarda com um alto nível de complexidade sensorial agregado.
Ambas as versões acabaram de sair em garrafas de 1 litro (é 1 litro!) e já estão começando a chegar nos bares e lojas especializadas e possuem pouquíssimas unidades disponíveis.
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.