Zapata cervejaria investe em cervejas complexas com ingredientes locais

Cervejaria rural Zapata investe em expansão do portfólio através de cervejas de maior complexidade e com diversidade de ingredientes

A cervejaria rural gaúcha Zapata está investindo na ampliação de seu portfólio de cervejas em diferentes direções, sendo uma delas a produção de cervejas mais complexas com produção sazonal e de maior valor agregado.

A produção dessas cervejas já era algo desejado pela cervejaria, porém a formação de um público que oferecesse a oportunidade para que elas tivessem um mercado consumidor foi algo que exigiu um certo tempo para que o projeto fosse tornado realidade.

As novas linhas de produtos da Zapata que apontam nessa direção foram organizadas por séries temáticas. As novas cervejas utilizam café, cogumelo e mel, por exemplo, combinado com diferentes técnicas cervejeiras para a produção de produtos mais singulares.

“A união de estilos belgas de fazenda com insumos nativos, locais, com terroir  e safrados é o que realmente torna o desafio tentador e também instigador, prazeroso e recompensador sensorialmente. Em parceria de outras empresas com o mesmo propósito de colaboratividade e ideologia tudo faz mais sentido” comentou Filipe de Paula sócio fundador da Zapata.


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Sempre investindo na valorização de uma produção com ingredientes locais, as novas séries da Zapata trazem esse posicionamento em forma de cerveja. A série Del Bosque, por exemplo, foi inspirada em técnicas de produção da tradição belga e o uso de insumos nativos, e ora até excêntricos.

“A série Del Bosque é a fazenda, o sítio falando em forma de cerveja, algo que cervejarias rurais se baseiam. Cervejas únicas safradas, de  guarda como Apis e Boletus e também cervejas a serem tomadas o mais fresca possível como Catuai e Psidium.”

Investimento em cervejas complexas ainda tem grande espaço de evolução para microcervejarias

Outro investimento da cervejaria foi em cervejas de fermentação selvagem na série batizada como Efêmera. Desenhadas para apresentar camadas sensoriais selvagens mescladas com perfil da madeira, são cervejas que durante 18 meses fermentaram e maturaram em barricas de carvalho francês pré-utilizados para Vinho do Porto e Whisky com blends de leveduras e bactérias construídas na fabrica.

“Todas essas cervejas foram inspiradas na atmosfera local através dos insumos utilizados. A sustentabilidade social é a interação com produtores locais, a ambiental é que eles são orgânicos, é a agroecologia favorecendo a economia circular.” comentou Filipe sobre as novas linhas de cerveja e sua conexão com a sustentabilidade

A Zapata tem passado por um processo de ampliação de seu portfólio nos últimos meses que, além da série de cervejas complexas envasadas em garrafas especiais, passou a contar também com um investimento em cervejas em lata onde exploram o mundo das lagers e das cervejas lupuladas.

Todos esses lançamentos só foram possíveis através de parcerias que tornaram os produtos viáveis ao longo de sua cadeia de produção, uma característica sempre muito presente nos trabalhos realizados pela Zapata.

A diversidade proporcionada pela cerveja artesanal resulta numa pluralidade não só de cervejas, mas também de cervejarias com diferentes posicionamentos. No caso de cervejarias rurais, a riqueza e variedade de insumos locais e sazonais sempre oferece oportunidade para se gerar produtos diferenciados e que valorizam a natureza.

Por outro lado, o investimento em certas categorias de produtos com alta complexidade traz sempre o risco de aceitação pelo público consumidor, algo que tem se tornado mais viável com o amadurecimento de consumidores ligados a esses nichos e também com a possibilidade de desenvolvimento de canais de distribuição para locais onde a demanda por essas cervejas seja mais frequente.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.