O projeto para cultivo de lúpulo brasileiro do Grupo Petrópolis foi o pioneiro entre grandes empresas do país ajudando a desenvolver conhecimento e tecnologia sobre o plantio do insumo cervejeiro no país.
Ao longo de 5 anos o Grupo Petrópolis já investiu cerca de R$ 5 milhões neste projeto numa jornada de parceria com instituições de pesquisa e gestão em fases para replicação do próprio conhecimento produzido por este trabalho.
Iniciado em novembro de 2018, o Programa do Lúpulo no Grupo Petrópolis , tem o objetivo de desenvolver e fomentar a cultura da produção de lúpulo nacional. Atualmente, a companhia tem sua plantação na Fazenda São Francisco, em Teresópolis (RJ) com 13.175 plantas em uma área de 5,85 hectares, com 15 cultivares diferentes.
“Nós decidimos, desde o início desta jornada, ter uma participação ativa entre os pilares que consideramos que serão capazes de propiciar o sucesso dessa cultura no Brasil, ou seja, a atuação conjunta entre setor privado, universidades e poder público. A nossa abordagem abraça toda a cadeia desde o cultivo, passando pelo processamento e o fomento da produção de cervejas que possam ser desenvolvidas com base nessa experiência tropicalizada.” comentou sobre o projeto Diego Gomes, diretor Industrial do Grupo Petrópolis
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O Grupo Petrópolis foi a primeira grande empresa do Brasil a apostar no cultivo de lúpulo nacional, algo até então desacreditado por muitos especialistas e explorado de forma pontual apenas por pequenos produtores independentes.
Desde 2021 o lúpulo em flor da empresa também passou a ser comercializado no site Bom de Beer, o e-commerce da Petrópolis, em embalagens de 100g. No ano seguinte mais um passo foi dado dada nessa trajetória e foi disponibilizado para venda on-line o lúpulo peletizado, formato em que é colhido, seco em estufa, triturado inteiro e comprimido em formato de pellets.
“Em nosso projeto de cultivo do lúpulo, somos muito precisos nas avaliações dos resultados de cada ciclo vivido, para determinar o próximo passo a ser dado. Por isso, o projeto está subdividido em diferentes focos, para que a gente seja capaz de acumular distintos conhecimentos simultaneamente e, assim, acelerar o processo de aprendizado e disseminação da cultura.” avaliou Diego Gomes.
A Fase 1 é uma área voltada para pesquisa e desenvolvimento, em parceria técnica com a UFRRJ e a Embrapa. Por meio dessas pesquisas, foi possível desenvolver novos métodos de manejo do solo e identificar as cultivares que melhor se adaptam à região e ao clima.
Além disso, foi produzido internamente um fertilizante orgânico feito do bagaço de cevada, gerado no processo cervejeiro, junto ao farelo de mamona, o bokashi, parte do Programa de Economia Circular do Grupo Petrópolis. Com ele, o Grupo teve redução de custo com compra de fertilizantes industrializados e melhoria da estruturação física, química e biológica do solo. O bokashi é produzido na Fazenda Santa Rosa, localizada ao lado da fazenda São Francisco, onde está a produção em si. Em 2021 foram produzidas 105 toneladas deste fertilizante natural.
Na Fase 2, foram obtidas três safras, já com a aplicação constante de todos os estudos realizados na Fase 1, voltados para manejo do solo, suplementação luminosa e irrigação, com o objetivo de aumento de produção e produtividade.
As fases 3, 4 e 5 são áreas de expansão do programa que espelham experiências acumuladas nas fases 1 e 2, porém em uma área com características desafiadoras e que representam o relevo predominante da região serrana.
Uma nova área piloto foi aberta nas dependências de nossa fábrica em Uberaba-MG em junho de 2021. Esse novo experimento oferece a oportunidade de avaliar o comportamento da cultura do lúpulo em uma região com características de relevo e clima completamente diferentes da região serrana do Estado do Rio. Em novembro de 2021, foi realizada a colheita das cultivares plantadas, com resultados que contribuíram para a decisão de expandir o cultivo na região.
O processamento após a colheita foi trabalhado com determinação para que os cones que chegam do campo tenham suas características preservadas. Nesta etapa se encontra o principal elo entre os pequenos produtores e o escoamento da produção, por existir a possibilidade da unidade atuar de forma centralizada e otimizada, capaz de acolher e processar a produção da região.
“A safra de 2023 é o resultado dos aprendizados que conquistamos em nossa jornada, onde a 1ª colheita da fase 06 teve uma produtividade 500 kg de lúpulo seco por hectare com uma qualidade surpreendente. Os frutos dos nossos esforços já começam a serem colhidos e foram reconhecidos na última Copa Brasileira de Lúpulos, realizada na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde três de nossas variedades da última safra, conquistaram duas medalhas de ouro e uma de bronze!” comenta Diego.
O programa do Lúpulo do Grupo Petrópolis se fortaleceu em boa parte por ser um ponto aberto para a participação de pesquisadores e, com o conhecimento acumulado, disseminar as experiências bem-sucedidas para que possam ser adotadas, reproduzidas e multiplicadas em diferentes escalas e ambientes de cultivo pelo País.
“Nossa expectativa é de que, ao longo do tempo, contribuiremos de maneira decisiva para a consolidação da cultura do lúpulo no Brasil e, como consequência, entre outros avanços, provocaremos a redução da emissão de gases com transporte, ao encurtar as distâncias entre o ponto de origem desse insumo e as nossas fábricas” comentou Diego sobre as perspectivas para a evolução do projeto.
Sobre o Grupo Petrópolis
O Grupo Petrópolis é a única grande empresa do setor com capital 100% nacional. Produz as marcas de cerveja Itaipava, Crystal, Lokal, Black Princess, Petra e Weltenburger, as vodcas Blue Spirit Ice e Nordka, os energéticos TNT Energy Drink e Magneto, o refrigerante It!, o isotônico TNT Sports Drink e a água Petra. Com oito fábricas em operação, o Grupo é responsável pela geração de aproximadamente 24 mil empregos diretos. Por meio do projeto AMA, promove o plantio e manutenção de milhares de árvores, além de ações de sustentabilidade e programa de educação ambiental para escolas municipais. Conta também com o Saber Beber, programa que incentiva o consumo consciente de álcool, reforçando em suas mensagens que o ato de beber não é um problema, desde que seja feito de forma consciente e responsável. O Saber Beber desenvolve atividades de conscientização por todo o país. Saiba mais em: www.saberbeber.com.br e @saberbeber, no Instagram e Facebook.
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.