Ambev bate recorde de seu maior volume anual de vendas no ano de 2021

A gigante Ambev atingiu o maior volume de vendas de sua história no ano de 2021 colhendo frutos de seus investimentos recentes

A Ambev, maior grupo cervejeiro com atuação no Brasil, revelou em seu relatório de resultados do ano de 2021 na semana passada que bateu o recorde de seu volume de vendas para cerveja no período no ano passado.

O volume histórico de vendas de cerveja da companhia foi da ordem de 180 milhões de hectolitros, o que significa que superou em 9% seu volume da bebida vendido em 2020 e em 4,6% o seu volume comercializado em 2014, seu recorde até então.

O faturamento da empresa também atingiu recorde com 72,85 bilhões de reais graças ao volume vendido, 23,7% acima do ano anterior. A receita por hectolitro vendido subiu 13,7% para o período.

Os resultados alcançando está diretamente ligado ao trabalho da empresa relacionado a diversificação de portfólio, inovação e utilização de tecnologia em diferentes aspectos de seu negócio


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“Estamos mais bem estruturados para começar em 2022 do que estávamos há um ano. Nosso portfólio está mais forte e saudável e iniciamos o ano com 1,6 milhão de consumidores a mais em nossas marcas.” disse o presidente da Ambev, Jean Jereissati, a analistas na apresentação de resultados.

As perspectivas que fundamentam as expectativas do CEO da Ambev são de um carnaval duplo em 2022 (vale a pena lembrar que a festa não chegou a ocorrer em 2021) e uma Copa do Mundo ocorrendo próximo ao verão no final do ano, eventos que alvancam o consumo de cerveja.

Apesar de todo o crescimento verificado, o lucro antes do juros, depreciação e amortização (Ebitda, da sigla em inglês) ajustado da Ambev caiu 24,1% em relação a 2020 no consolidado ano, chegando a um total de 6,8 bilhões de reais devido principalmente ao crescimento de diferentes custos.

Foco da estratégia da Ambev deve mudar para preço em 2022

Apesar de todo otimismo para 2022 a Ambev também deve encontrar muitos desafios no período. Boa parte deles relacionados ao aumento de custos numa economia afetada por questões internas e externas. A companhia projeta um aumento de custos entre 16% e 19% para 2022.

A multinacional prevê um cenário bastante instável na economia para o período, mas acredita estar muito melhor preparada após grandes desafios enfrentados nos dois anos de pandemia.

Para retomar sua rentabilidade será necessário um movimento bem sucedido de precificação e de mix de produtos, o que acarreta no risco de retração de sua demanda.

Será um período de grandes testes com objetivo de equilibrar perda de participação de mercado com aumento de lucratividade, no entanto a busca de ampliar o uso de inovação como caminho para melhoria de seu desempenho não irá ser alterado.

Vendas online com destaque para o Zé Delivery e para a plataforma B2B BEES colocaram a empresa em outro patamar de conveniência para seus clientes, sejam eles consumidores finais ou empresas presentes nos elos da cadeia do mercado.

A adaptação da Ambev para venda em canais online trouxe um melhor posicionamento para adequar a novas tendências de hábitos de consumo ao mesmo tempo que ampliou sua capacidade de utilizar dados para refinar sua estratégia de atuação.

Brahma Duplo Malte se destaca como produto que se tornou chave, com crescimento de vendas meteórico, ajudando a avançar na composição de portfólio da empresa que migra para cervejas premium e a continuidade nesta direção de outras marcas como a cerveja Spaten devem contribuir para a competitividade da empresa no curto prazo.

O plano está alinhado com a estratégia da AB InBev, controladora global da Ambev, que tem implementado uma grande trabalho de adaptação de portfólio e investimento em canais digitais para reforçar sua atuação.

“Nossas marcas estão em ótima posição, o ímpeto do mercado nos ajuda a continuar crescendo e, com as medidas que tomamos no último trimestre, estamos muito focados em ativar a demanda”, declarou Michel Doukeris, presidente da AB InBev em conferência com analistas.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.