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Foto: Instagram @boldbrewingbr

Cervejaria Bold Brewing cria nova séries de New England IPAs e explora a utilização de lúpulos experimentais

A cervejaria cigana Bold Brewing, cujo os fundadores são cearenses mas tem produção baseada em São Paulo, lançou quatro novas cervejas do estilo New England IPA na última semana se aproveitando do IPA Day como data comemorativa para o público amante de cervejas artesanais.

Uma das séries é a Never Enough, formada por duas cervejas NEIIPAs que usam a mesma base de malte e se diferenciam no blend de produtos avançados de lúpulo (incógnito, cryohops e tipos de pellets diferenciados) utilizados que concentram aroma e sabor buscando uma carga sensorial mais elevada.

A outra série que recebeu dois lançamentos no portfólio da Bold se chama Shine e a cada cerveja recebe um lúpulo pouco usual para se destacar no perfil sensorial. Os escolhidos para cada um dos lançamentos atuais foram americanos Cashmere e o Sultana, respectivamente.

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Iniciada em 2018, a Bold Brewing desde seu começo buscou se alinhar as tendências de posicionamento mais recentes que ocorreram no mercado de cervejas artesanais norte-americanas.

Este nicho combina principalmente três aspectos a serem destacados. Investimento grande em design como um elemento de comunicação visual, estilos de cerveja com grande apelo entre os beergeeks (que possuem mais potencial de valor agregado) e uma estratégia de lançamentos constantes (um fenômeno que nos EUA foi batizado como rotation nation).

Entre os estilos que formam o portfólio da Bold Brewing estão IPAs, sours e Russian Imperial Stouts que se tornaram nos últimos anos os estilos de foco do chamado mercado high end da cerveja artesanal numa perspectiva global ganhando exemplos em regiões distintas como América Latina e Europa.

A taxa de lançamentos da Bold costuma ficar em cerca de duas cervejas por mês, uma tendência seguida por cervejarias de nicho nos últimos anos após o desembarque das New England IPAs no Brasil.

No atual estágio de capacidade de absorção do mercado brasileiro, cervejarias com essas características se concentram no modelo cigano que permite uma estrutura mais enxuta e adequada para os níveis de volume comercial demandados.

Casos mais extremos deste nicho da cerveja artesanal nos EUA compreende cervejarias que praticamente nem possuem portfólio fixo e adotam um modelo de produção com taproom.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação Tecnológica pela EQ/UFRJ e analista do mercado de cervejas.