A cervejaria catarinense Layback, criada em 2013 pelo atleta olímpico skatista Pedro Barros e seu pai André Barros anunciou a projeção de que atingirá o faturamento de R$ 60 milhões para o ano de 2022 investindo fortemente num modelo de venda direta em seus espaços próprios.
Esse incremento em faturamento representa o dobro do ano anterior e um crescimento de três dígitos percentuais em relação ao faturamento de dois anos atrás.
A marca foi criada por pai e filho pelo desejo de empreender com algum produto que representasse o estilo de vida do skate e sofreu no seu início para estabelecer um modelo de produção terceirizada para a cerveja.
Com vendas minguadas no começo de sua trajetória a grande virada para a cervejaria se deu quando ela passou a investir em espaços destinados a marca chamados de LayBack Parks, onde promove vendas diretas e profunda relação o estilo de vida relacionado ao skate.
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Na tentativa de iniciar a marca de cerveja com produção terceirizada em 2012, ano onde ainda poucas marcas se aventuravam num modelo de produção com esta configuração e fábricas não estavam preparadas para isso, o projeto da LayBack era olhado com desconfiança por não acreditarem que a combinação “cerveja e skate” fosse algo que deveria ser encarado com seriedade.
No entanto, os fundadores confiavam que o estilo de vida do skatista que após a rotina da pista costuma confraternizam com amigos bebendo e ouvindo música poderia se tornar um sucesso combinado com cerveja artesanal.
Desde o início para buscar comunicar o lifestyle, além de investir numa identidade relacionada ao mundo do skate a marca buscou se associar com personalidades envolvidas com o meio como os artistas Marcelo D2 e também o falecido cantor Chorão da banda Charlie Brown Jr.
A virada para a Layback se deu com espaços próprios
Após anos de vendas esscassaz a grande virada de chave que ocorreu com a Layback foi a decisão por uma estratégia de investir em locais próprios. Com isso nasceu em 2018 o primeiro LayBack Park, em Florianópolis, Santa Catarina.
Nos LayBack Parks a estrutura reúne pista de skate, bar, foodtrucks, lojas e estúdios de tatuagem num ambiente que cria a atmosfera relacionada ao amor pelo skate da marca ao mesmo que conjuga diferentes meios para o faturamento da empresa.
Atualmente, já são 17 unidades localizadas entre Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Brasília. A aposta foi num modelo colaborativo de baixo valor de investimento e onde os parceiros pagam pela utilização do espaço ou uma parcela do que faturam.
Até o fim de 2022, o número deve chegar a 20 espaços em operação e, em dezembro de 2023, a meta é atingir 25. A marca gerencia uma velocidade de expansão que permita replicar corretamente a marca e não pretende abrir franquias para centralizar a gestão da expansão.
Em 2021 a LayBack saltou de um faturamento de R$ 6 milhões no ano anterior para R$ 30 milhões aproveitando a onda favorável ao skate proporcionada pelas Olimpíadas de Tóquio em conjunto com a abertura de novos LayBack Parks e para 2022 a projeção é que o faturamento atinja R$ 60 milhões o dobro do ano passado.
Os LayBack Parks são os principais consumidores da marca gerando cerca de 840 mil litros de cerveja por ano.
A LayBack coloca como próximos passos uma dedicação para expansão via varejo, algo que é mais moroso do que as vendas diretas e também o início de implantação de LayBack Parks em outros locais do mundo comoEUA, Europa e Indonésia.
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.