Latas para bebidas têm crescimento recorde de 13,7% no país

Fabricantes de latas para bebidas venderam cerca de 30 bilhões de unidades em 2019

O setor de fabricação de latas teve um crescimento sem precedentes no Brasil ao atingir um crescimento em vendas de dois dígitos: 13,7% em relação a 2018 que por sua vez havia apresentado crescimento de 8,5%.

Ao todo, as quatro fabricantes de latinhas instaladas no país venderam 29,6 bilhões de unidades no ano passado. As associadas da Abralatas – Ardagh, Ball, CanPackBrasil e Crown Embalagens – alcançaram um recorde no volume de vendas e apostam mais uma vez em bons números para 2020.

Fatores como o aumento da demanda do consumidor por conveniência e a alteração do perfil do público por produtos mais sustentáveis levaram as fabricantes de bebidas a investir na expansão ou substituição de suas embalagens”, comemorou o presidente executivo da Abralatas, Cátilo Cândido, comentando sobre os resultados.

Como exemplo, ele cita que, em 2009 as latas representavam apenas 32% do mercado de cerveja. “Nesse período de dez anos, os fabricantes brasileiros de latas entenderam as demandas dos consumidores, usaram novas tecnologias de impressão, mostraram que a embalagem é mais leve e pode ser uma opção interativa, além de ser mais fácil de transportar”, relata Cátilo.


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Um dos fatores que têm levado ao avanço da utilização das latas no mercado de bebidas no país está relacionado a diversificação que a embalagem tem alcançado dentro do segmento que atualmente atinge o mercado de bebidas mistas, água e até mesmo vinho.

Atualmente mais de 50% da cerveja no Brasil é vendida em lata envolvendo grandes cervejarias e as artesanais. Destaca-se que o grande crescimento no segmento veio das cervejarias artesanais que já utilizam a embalagem para mais de um quinto do total fabricado.

Conhecimento do público deverá fazer mercado de latas avançar

As latas oferecem uma série de vantagens tanto para produtores quanto para consumidores.

Latas são mais convenientes para transporte e em produções de maiores escalas favorecem custos em toda cadeia desde o armazenamento até a logística de entrega. Para o consumo as latinhas são refrigeradas mais rapidamente e as de menores volumes se adequam mais facilmente ao consumo casual individual.

A sustentabilidade da lata de alumínio é um dos seus principais pilares para conquistar o mercado na indústria de bebidas. Atualmente, o Brasil possui uma das maiores taxas de reciclagem do mundo, com 97,3%. “O desafio aqui é aumentar o envolvimento do consumidor nessa causa. Acredito que a lata tem uma grande sinergia com a geração que está alcançando o poder de compra. Com esse crescimento potencial, prevejo um mercado em expansão dentro de cinco anos, com uma ampla gama de produtos, mais unidades fabris e o mais importante de tudo, a população o reconhecerá como o pacote mais sustentável do planeta”, observa Cátilo.

No mercado de cervejas artesanais um obstáculo a ser vencido na disseminação do uso de latas está na percepção equivocada de boa parte do grande público ao associar a embalagem a produtos de qualidade inferior, enquanto a mesma na verdade possui maior poder de conservar características de sabor e aroma do líquido.

O crescimento das latas de acordo com o amadurecimento do público é algo gradativo conforme já exemplificou a evolução do mercado de artesanais americanas e o mesmo deve ocorrer ao longo dos próximos anos no Brasil.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação Tecnológica pela EQ/UFRJ e analista do mercado de cervejas.