Lohn Bier amplia a capacidade de sua fábrica para 450 mil litros por mês e segue ritmo de mudanças

Foto: Linkedin Lohn Bier

Lohn Bier amplia sua fábrica em Santa Catarina fortalecendo presença no mercado enquanto evolui em parceria com ZX Ventures

Na cervejaria Lohn Bier, de Lauro Muller em Santa Catarina, os últimos meses foram marcados por replanejamentos e adaptações em razão da pandemia, evolução da parceria com a ZX Ventures (braço de novação da Ambev), participação em um projeto de desenvolvimento de lúpulos catarinenses e agora, mais recentemente, a expansão de sua fábrica na serra catarinense, o que está amplianda sua capacidade de produção.

Esta série de acontecimentos se somam a um período anterior onde a Lohn já buscava mudanças, o que foi evidenciado em 2019 pela troca de identidade visual de sua marca que buscava representar um desejo da cervejaria de ser reconhecida de forma diferente pelo mercado.

Inaugurada em 2014, a Lohn nasceu com capacidade inicial de 16 mil litros por mês. Ao longo do tempo sua marca foi construída muito fortemente ao redor de premiações nacionais e internacionais além de ter sua imagem bastante associada a ascensão do estilo Catharina Sour, onde se tornou uma das referências para fora de seu estado natal devido sua linha de cervejas ácidas com frutas.

Com a atual expansão de sua fábrica, a Lohn chega a 450 mil litros de capacidade por mês e pretende estar presente em todo o estado de Santa Catarina, além de participar com mais expressividade nos outros estados da região sul com a parcela mais abrangente de seu portfólio.


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“A Cervejaria Lohn, tinha como capacidade de adega, antes da ampliação, de 200 mil litros em uma planta de 2 mil metros quadrados. Com a ampliação física de 800 metros quadrados a mais e de equipamentos passamos, então, a ter uma capacidade de produção de 450.000 litros ao mês. Temos como objetivo a democratização da cerveja artesanal. Com esta capacidade, além de fomentar a cultura cervejeira, teremos oportunidades de estarmos presentes em todo o estado de Santa Catarina e entrar com mais expressividade nos dois outros estados do sul do país, Rio Grande do Sul e Paraná.” declarou Richard Brighenti, sommelier, cervejeiro e sócio-fundador da Lohn.

Em 2020, dado os obstáculos originados devido a pandemia e as mudanças profundas em consequência disso, a Lohn se viu obrigada a redirecionar grande parte de sua estratégia para o período assumindo perspectivas mais conservadoras para o ano.

“Em março de 2020, quando tudo parou, sentimos o impacto direto, como todas as empresas, pequenas ou grandes deste país.
Revemos todas as nossas metas e números, traçamos objetivos bem pessimistas e em cima destes fatos reais, adotamos novas medidas em vendas, lançamentos, portfólios, enfim, tudo que possa impactar positivamente nossas vendas e faturamento.
Mas o mais importante e de grande valor, foi trazer tranquilidade aos nossos colaboradores, a equipe que proporciona nosso sucesso. Depois traçamos algumas medidas sociais. Beneficiamos muitas famílias, com mais de 2 toneladas entre alimentos e roupas para famílias prejudicadas com a pandemia na região.” comentou Richard sobre o tema.

Dentro da revisão da atuação da cervejaria para 2020 a Lohn remodelou a gestão de seu portfólio, adicionando produtos de consumo mais casual ao lado de sua linha de inovações, tendo como um exemplo recente disso a nova Unfiltered Lager que tem tomado boa parte da divulgação dos produto em suas mídias sociais.

“Evoluímos e muito em 2021, com novas ideias e estratégias para reduzir o impacto negativo da pandemia, focando em estratégias de vendas e criação de produtos com alta drinkability e inovações cervejeiras. Nossa ‘Celebration Reveillohn 2021’, além de ser sucesso de vendas por ter como propósito a quebra de um ciclo, também foi premiada em Blumenau no último concurso de 2021.”

Estratégias de reposicionamento em canais de vendas também contaram com atenção da Lohn com as mudanças ocorridas nos últimos meses, algo que se tornou cada vez mais importante para alcançar consumidores com as restrições impostas pelo momento.

“As cervejarias tiveram que se adaptar a um novo conceito de consumo, embalagens menores, growlers, cerveja em casa, etc… Aprendemos rápido. Lançamos bons produtos em 2020, mas teríamos lançado muito mais produtos se tivéssemos oportunidades maiores. As redes de supermercados são vetores para o consumo em casa, e em 2020 estabelecemos um relacionamento ainda melhor com estes canais.”

Trabalho da Lohn incorporou lúpulos catarinenses e parceria com a ZX Ventures nos últimos meses

Uma boa parcela dos trabalhos recentes divulgados pela Lohn envolvem os lançamentos relacionados ao projeto de lúpulos catarinenses de Lages em Santa Catarina, que por sua vez estão ligados a parceria firmada entre a cervejaria e a ZX Ventures, braço de inovação da Ambev que tem investido em iniciar uma cadeia de produção lúpulo da região.

“Já fizemos a Green Belly, uma hop lager com esses lúpulos e pudemos sentir a evolução das safras de 2020 e 2021 com avanços muito significativos. Também fizemos uma Brazilian Blond Ale colaborativa com cervejarias de Lages, uma cerveja incrível e com um propósito também incrível. Mais recentemente produzimos uma Sour para comemorar o Dia da Cerveja Brasileira, agora colaborativa com uma cervejaria que admiramos muito e que ficamos orgulhosos do resultado, porém esta cerveja será revelada no momento oportuno.” relata ichard sobre os lançamentos.

Na parceria com a ZX foi viabilizada a ampliação da fábrica da Lohn o que aumentará a abrangência da distribuição de seus produtos no mercado, a colaboração entre as empresas colocou a microcervejaria dentro do projeto Academia da Cerveja criado pela Ambev. Adicionalmente, novos produtos também estão sendo incubados dentro da parceria entre Lohn e ZX.

“Nossa parceria com a ZX praticamente se equivale ao período da pandemia. Ficamos apenas os dois primeiros meses de adaptação quando surgiu esse novo fator. Estamos muito entusiasmados pelo que já desenvolvemos e muito mais estimulados pelo que ainda vamos fazer. A parceria nos possibilitou repensar a planta da fábrica, ampliando-a, aumentar o raio de distribuição dos produtos, acesso ao projeto de lúpulos, estar participando da Academia da Cerveja para geração e propagação de conhecimento, incubando novos projetos, como a Sidra Cícera e outros produtos em elaboração, cervejas colaborativas, visitas técnicas em outras fábricas, utilização de laboratórios e brainstormings sobre estatísticas de mercado e coisas do gênero.” finaliza Richard sobre como tem avançado a colaboração.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação Tecnológica pela EQ/UFRJ e analista do mercado de cervejas.