Lohn Bier firma parceria com unidade de inovação da Ambev

Cervejaria catarinense Lohn Bier anuncia que firmou uma parceria com a ZX Ventures, o braço de inovação da Ambev

A cervejaria Lohn Bier, localizada em Lauro Muller – SC , anunciou esta semana que participará de um programa de aceleração de microcervejarias desenvolvido pela ZX Ventures, o braço de inovação da multinacional Ambev.

A ZX Ventures é uma unidade global do conglomerado AB InBev, holding da Ambev, e é a responsável pelas principais iniciativas que desenham o futuro da empresa, recentemente passando também a cuidar de algumas iniciativas de curto prazo da companhia.

A Lohn é uma cervejaria familiar inaugurada em outubro de 2014 e ganhou reconhecimento principalmente devido a diversas premiações conquistadas em concursos, com destaque para Russian Imperial Stout Lohn Carvoeira e também pelo protagonismo da comercialização nacional de sua série Catharina Sours que se tornaram referência para o estilo.

Em 2019 a cervejaria catarinense decidiu reposicionar sua marca, o que desencadeou uma mudança completa de sua identidade visual. A empresa reportou uma estimativa de crescimento de seu volume de produção anual ao redor de 30% em 2019.


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De acordo com comunicado oficial no programa de aceleração da ZX Ventures, que tem como objetivo fomentar o ecossistema cervejeiro, a Lohn passará por uma mentoria de gestão, além de ter acesso às tecnologias cervejeiras mais inovadoras do mundo e a insumos, como o banco de leveduras da AB Inbev, o mais completo do mundo.

“Quando criamos a Lohn, um dos nossos sonhos era levar as cervejas artesanais do Sul para todo o Brasil. Agora, vamos poder produzir e criar ainda mais receitas”, afirma Richard Westphal Brighenti, cervejeiro da Lohn Bier.

Atividades da Ambev no Brasil têm escolhido cooperação ao invés de aquisição no mercado artesanal

A ZX Ventures têm atuado para a Ambev no Brasil de uma maneira diversificada em relação a outras regiões do mundo.

Enquanto internacionalmente sua atividade se dá majoritariamente através de aquisições totais ou parciais para posteriormente atuar nas empresas, em terras brasileiras sua atividade têm ocorrido de forma cooperativa no sentido de estabelecer trocas atraentes com players menores.

Ilustram bem este cenário as parcerias para produção de cervejarias ciganas em fábricas da Ambev que ganhou participação da carioca O Motim, a parceria para o setor de tecnologia e inovação com a cervejaria Pratinha de Ribeirão Preto e agora a criação desta oportunidade de aceleração da Lohn Bier.

Interessante perceber que cada uma das possibilidades de parceria estabelece trocas com diferentes dinâmicas e com focos diversificados para as partes.

“A gente quer fomentar o ecossistema cervejeiro e a Lohn tem uma bela história de inovação e criatividade com a cerveja. Os consumidores podem ficar felizes porque, depois dessa aceleração, eles terão à disposição cada vez mais rótulos, estilos, aromas e sabores diferentes”, afirma Felipe Ghiotto, diretor de cervejas artesanais da Cervejaria Ambev.

As grandes cervejarias conhecem de forma profunda, após as experiência das últimas décadas, a necessidade de se manterem próximas e ativas de pequenos players que são os grandes responsáveis pelos desenvolvimentos de novos mercados. Ficar distante desta dinâmica compromete, e muito, seu conhecimento e capacidade de atuação.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação Tecnológica pela EQ/UFRJ e analista do mercado de cervejas.