Nova maltaria do Grupo Petrópolis investe em energia renovável inovadora

Malteria Oriental no Uruguai, de propriedade do Grupo Petrópolis, investe em nova unidade com tecnologia revolucionária que usará biomassa como fonte energética

Uma nova unidade da Malteria Oriental SA em Montevidéu, Uruguai, vai utilizar uma tecnologia revolucionária da Bélgica que vai economizar 35.000 toneladas de emissões de CO2 a cada ano. A empresa de malte está atualmente ampliando sua capacidade de malte em 77.000 toneladas para cerca de 220.000 toneladas de malte por ano.

A nova maltaria recuperará energia térmica da biomassa, um subproduto da produção do malte. Uma caldeira de água superaquecida de 20 megawatts com sistemas de combustão dupla queimará cascas internas de cevada e rejeitos da planta, completada por cavacos de madeira de origem externa.

A tecnologia utilizada é resultado de uma parceria entre as empresas suíca Bühler e a belga Vyncke, que formaram uma parceria estratégica para projetar fábricas de alimentos com baixas emissões de carbono. 

“Isso vai economizar 35.000 toneladas de emissões de CO2 a cada ano em comparação com as práticas operacionais padrão no Uruguai”, declarou o Bühler Group . A Bühler, fabricante multinacional suíça de equipamentos para fábricas, que desenvolveu uma parceria estratégica com o fornecedor de tecnologia belga Vyncke para oferecer soluções integradas que reduzem as emissões de carbono para a indústria alimentícia.


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A Malteria Oriental pertence ao Grupo Petrópolis em sua maior parte, terceiro maior produtor de cerveja do Brasil. Sua produção de cerveja está numa fase de crescimento de demanda de malte com a inauguração recente de sua maior fábrica no Brasil, na cidade de Uberaba em Minas Gerais.

Nas maltarias, o consumo de energia térmica para a secagem do malte é enorme. No projeto, a Vyncke será responsável pela recuperação da energia térmica da biomassa trazendo para o processo por utilizar um rejeito como fonte e redução de emissões já que este subproduto é oriundo de fonte renovável, pois são parcelas da plantação do cereal utilizado.

A construção da nova torre de malte com lote de 260 toneladas de cevada começou em 2019 e o comissionamento está programado para março de 2022. A Malteria Oriental já opera duas maltarias neste local.

A primeira maltaria tem capacidade de 200 toneladas por lote, e a segunda em formato de torre de maltagem foi inaugurada em 2016 com capacidade de 280 toneladas por lote. Ambos juntos têm uma produção anual combinada de 140.000 toneladas de malte.

Além das vendas para a controladora Petrópolis, a MOSA também desenvolveu relações comerciais com clientes e fornecedores de malte argentinos. Fundada em 1934, a MOSA não foi apenas a primeira empresa de malte do Uruguai, mas também é a maior atualmente.


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Sobre o autor

Felipe Freitas é engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação Tecnológica pela EQ/UFRJ e analista do mercado de cervejas.