Polo de Ribeirão Preto recebe R$ 490 mil para Centro de Tecnologia Cervejeira

Polo Cervejeiro de Ribeirão Preto recebe aporte através de entidade que participa para investimento em Centro de Tecnologia Cervejeira

O Polo Cervejeiro de Ribeirão Preto, entidade que busca viabilizar atuação conjunta das cervejarias da cidade de Ribeirão Preto e região obteve uma conquista importante, sendo selecionado para obter investimentos direcionados a equipar Centro de Tecnologia Cervejeira que servirá ao ecossistema cervejeiro local.

O Arranjo Produtivo Local (APL) de Cervejas Artesanais de Ribeirão Preto, um conjunto de entidades da qual o Polo Cervejeiro faz parte, foi selecionado para receber investimentos da ordem de R$ 490 mil do Programa de Fomento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do governo de São Paulo.

O grupo de entidades que fazem parte do APL apresentou, por meio do Polo Cervejeiro, um dos núcleos do Programa Empreender da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), um projeto para equipar o Centro Multidisciplinar de Tecnologia Cervejei­ra do Instituto Federal de São Paulo – Campus Sertãozinho. 

Arranjos Produtivos Locais (APLs) são aglomerações de empresas e empreendimentos, localizados em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva, algum tipo de governança e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.


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Arranjos Produtivos Locais (APLs) são aglomerações de empresas e empreendimentos, localizados em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva, algum tipo de governança e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais, tais como: governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.

APLs ajudam a viabilizar possíveis sinergias entre empresas formando uma espécie de empreendimento coletivo, fortalecendo o poder de compras, compartilhamento de recursos, divisão do ônus de realizar pesquisas tecnológicas, entre muitas outras possibilidades. Ou seja, eles ajuda na partilha de riscos e custos para explorar novas oportunidades, oferecendo a oportunidade de cooperação em estratégias.

Polo Cervejeiro de Ribeirão Preto viabiliza investimentos obtidos de forma colaborativa

A verba será utilizada para aquisição de equipamentos para análise de qualidade físico-química e microbiológica de produtos e insumos e também para a digitalização e automação da planta piloto do Instituto. “Os alunos do curso técnico terão acesso a essa infraestrutura supermoderna e também poderemos ofertar cursos de curta duração e de extensão específicos, desenvolver pesquisa e inovação e prestar serviços de análise para as cervejarias”, ex­plica o coordenador do proje­to, Jean Rodrigues. 

Além do Polo Cervejeiro da Acirp e do Instituto Federal de São Paulo, fazem parte da go­vernança do Arranjo Produtivo Local o Supera Parque de Inovação e Tecnologia e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O APL das cervejarias artesanais abrange 18 fábricas e diversas empresas que empregam mais de 450 trabalhadores. 

“O alto custo dos equipamentos acaba sendo proibitivo para uma pequena ou mesmo média cervejaria adquiri-lo e mantê-lo. Ao mesmo tempo, uma indústria sozinha acaba não tendo demanda que justifique o investimento. Daí a vantagem do associativismo: juntas, as empresas, ainda que de um mesmo setor e concorrentes ente si, conseguem se beneficiar mutuamente”, explicou o presi­dente da Acirp, Dorival Balbino. 

Em publicação do jornal local Tribuna Riberão, Rodrigo Natal Duarte, um dos representantes do Polo Cervejeiro, o investimento é resultado de um trabalho iniciado em 2012 e seguiu consistente ao longo destes anos muito em função do apoio da Acirp, tendo sido reconhecido como APL pelo governo do estado em 2018. “Este investimento é um passo importante e consolida o Instituto de Sertãozinho como referência em pesquisa e formação de mão de obra para micros, pequenas e médias cer­vejarias no Brasil” declarou Rodrigo.

Aporte mira tecnologia de análises laboratoriais e de dados de produção

Os recursos do Programa de Fomento terão como destino o investimento em equipamentos de análise laboratorial para análise de cor e amargor (IBU) e compostos desejáveis e indesejáveis que fazem parte das cervejas, e também equipamentos para medição de gases dissolvidos que geram impacto sobre o tempo de prateleira da cerveja.

Na gama de análises que será possível através no novo laboratório estão análise de extrato, teor alcoólico, calorias e análise de insumos como malte e lúpulo, este último já cultivado na região de Ribeirão Preto. Também serão adquiridos equipamentos para complementar as análises microbiológicas já realizadas pelo Instituto. 

A cervejaria piloto do Instituto Federal receberá investimentos em sistema de auto­mação e “dados em nuvem” visando a digitalização de processos e estudos na área da chamada Indústria 4.0 dentro da área de engenharia. O Polo Cervejeiro é um dos núcleos setoriais do Pro­grama Empreender da Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto). 

Fundado em novembro de 2015, o Polo Cervejeiro de Ribeirão Preto congrega sete cervejarias artesanais de Ribeirão Preto e região com o objetivo de promover reconhecimento e disseminar interesse pelas cervejarias do local.

Posteriormente, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo reconheceu o Polo Cervejeiro de Ribeirão Preto como um Arranjo Produtivo Local (APL). A medida visou estimular e facilitar o acesso de microcervejarias a políticas públicas de fomento, linhas de crédito, redução de alíquotas, além de incentivos à estrutura e promoção do Polo Cervejeiro.

No último levantamento do MAPA sobre aumento de registro de cervejarias no Brasil o município de São Paulo com maior crescimento foi o de Ribeirão Preto, com aumento de 50%. O número de cervejarias registradas na cidade em 2020, segundo o relatório, era de 15 unidades, contra dez do ano anterior.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação Tecnológica pela EQ/UFRJ e analista do mercado de cervejas.