Malteria Blumenau: Primeira micromalteria do Brasil fecha suas portas

Foto: Divulgação

Malteria Blumenau anuncia encerramento de duas atividades devido a falta de capacidade de competir no cenário do mercado de maltes do Brasil

A Malteria Blumenau, primeira micro malteria do Brasil anunciou no último final de semana que estará encerrando duas atividades neste mês de fevereiro devido a dificuldade de competir no atual mercado de maltes especiais no Brasil.

Inagurada há pouco menos de 10 anos atrás, a Malteria Blumenau anunciou que irá fechar através de um comunicado em suas redes sociais. A fábrica tem capacidade de produzir 100 toneladas por mês em sua unidade.

A Malteria Blumenau foi inaugurada em janeiro de 2015, iniciando suas atividades durante a fase de “boom” de crescimento de microcervejarias no país, num empreendimento criado pelo engenheiro químico e mestre cervejeiro Rodolfo Rebelo.

A malteria nasceu com capacidade de produzir 12 toneladas por mês, buscando competir substituindo importações e acreditando no diferencial da aproximação entre cervejeiro e malteiro para a qualidade final do produto.


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No anúncio de encerramento, a Malteria Blumenau atribuiu a decisão aos altos custos de fabricação em pequena escala, que trariam “dificuldade em competir com o mercado brasileiro de malte e com os maltes importados”, de acordo com o comunicado.

Pioneira na produção de maltes especiais, a Malteria Blumenau chegou a ampliar a capacidade de fabricação de 12 para 100 toneladas por mês em 2020. A planta instalada na cidade de Blumenau ainda teria a possibilidade de ser expandida para chegar a 170 toneladas mensais.

Apesar o encerramento de atividades a empresa menciona acreditar na produção de malte especial nacional, desde que feito em larga escala.

Recentemente a Agrária, maior produtora de malte do Brasil, anunciou o início construção de uma malteria focada na produção de maltes especiais que só entrará em operação em 2026. O investimento da unidade é de R$ 500 milhões.

Boa parte dos maltes especiais que atendem o mercado brasileiro são supridos através de importações vindas principalmente da Europa.

Produção da nova maltaria da Ireks Brasil deverá substituir importações

O presidente da Cooperativa Agrária, Adam Stemmer, explicou que a construção será feita pela Ireks, sendo que a operação da maltaria, produção e industrialização da cevada, além da comercialização do malte, serão feitos pela cooperativa.

“Estamos agora tratando de todas as licenças e das cotações dos equipamentos e obras civis, com a previsão de iniciar a venda dos maltes especiais em 2026. A finalidade é substituir a importação desses produtos, que passarão a ser fabricados no Paraná, em Guarapuava”, disse Stemmer. “O Governo do Estado tem sido um grande parceiro no apoio ao agronegócio e ao setor produtivo paranaense. Os incentivos fiscais que o Estado concedeu foi fundamental para instalar a Maltaria Campos Gerais, e isso também está sendo acordado para este novo empreendimento”.

O diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, destacou que o projeto deve impactar também na balança comercial do Estado, com a nacionalização de um produto que é totalmente importado. “Este novo investimento demonstra que a Agrária e a Ireks acreditam no mercado e no ambiente de negócios do Paraná. Além do tamanho do aporte e dos números de geração de emprego, com o empreendimento, vamos deixar de importar mais de US$ 40 milhões em maltes especiais por ano”, ressaltou.

A Ireks é uma empresa familiar alemã presente em 90 países, principalmente como fornecedora de insumos para panificação e de malte para a produção de cerveja.

Ireks e Agrária malte possuem uma joint venture no Brasil a Ireks Brasil, com 19 anos de existência

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Sobre o autor

Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.