O Viveiro Ninkasi, mais uma vez se destaca com pioneirismo ao se tornar a primeira produtora a conquistar, em maio deste ano, o credenciamento como certificador de mudas de lúpulo no Brasil. Isso significa que, após um intenso trabalho de mais de um ano, o viveiro conseguiu obter junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) o Certificado de Credenciamento no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) de “Certificador de Produção Própria”.
As mudas certificadas são aquelas que atendem aos padrões de qualidade estabelecidos pela legislação de sementes e mudas. Elas também podem ser produzidas sob o controle de uma entidade certificadora credenciada pelo MAPA.
A certificação de semente e mudas, de caráter voluntario, é o processo executado mediante controle de qualidade em todas as etapas do seu ciclo, incluindo o conhecimento da origem genética e o controle de gerações, que assegurem a rastreabilidade do lote, o certificador. O MAPA ou pessoa por este credenciada, é o responsável por verificar a aplicação das regras de certificação estabelecidas pela Legislação de Sementes e Mudas.
As mudas certificadas podem ser reconhecidas através do Certificado que acompanha a nota fiscal de venda.
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O cultivo de lúpulo no Brasil enfrentava muitos desafios, como a necessidade de adaptação da planta ao clima tropical, a dificuldade de importação de mudas estrangeiras e a ausência de regulamentação específica para a atividade. Por isso, o trabalho dos viveiros Ninkasi é tão relevante e inovador para o setor.
O Viveiro Ninkasi, fica em Teresópolis (RJ), cidade que recebeu o título de Capital Nacional do Lúpulo em 2022, e foi o primeiro a receber a autorização do MAPA para importar mudas comerciais de lúpulo “in vitro” dos Estados Unidos, em 2021, com genética comprovada.
Teresa Yoshiko realiza estudos sobre o cultivo de lúpulo em todo o país desde 2017; no início de 2023, o viveiro montou o primeiro manual de qualidade e enviou para o MAPA.
“A montagem deste manual de qualidade exigiu muita pesquisa e dedicação. Além disso, realizamos frentes de pesquisas com várias instituições na área química desde 2021 para estudar os fins fitoterápicos, várias pesquisas com produtores de norte a sul do país e com entidades de pesquisa, como a Embrapa, Pesagro, Emater Rio e Universidades, onde acolhemos estagiários, tanto no Viveiro, como nos produtores de lúpulos onde prestamos consultorias. Com isso, estamos contribuindo para que a cultura do lúpulo no país cresça de forma idônea e ordenada”, explica Teresa Yoshiko.
O município de Teresópolis, localizado na região serrana do Rio de Janeiro, onde fica o Viveiro Ninkasi, foi reconhecido como a Capital Nacional do Lúpulo no ano de 2019 pelo Senado Federal.
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.