A plataforma de delivery da multinacional Ambev, o Zé Delivery, experimentou um crescimento acima da média devido a crise relacionada ao novo coronavírus.
A plataforma registrou nos meses de março e abril de 2020 mais transações do que em todo o ano de 2019 segundo publicação no site do Valor Econômico. No entanto o volume de vendas totais da Ambev caiu 27% em abril se comparado ao mesmo mês do ano anterior.
O Zé Delivery é fruto do de um desenvolvimento interno da ZX Ventures, o braço de inovação mundial da AB Inbev, holding global da Ambev. O sistema oferece um serviço pelo qual consumidores podem pedir cerveja, refrigerantes e energéticos gelados pelo celular e receber em casa nos mesmo dia, que foi iniciado de forma piloto em 2016 em São Paulo.
O tempo de maturação do projeto parece agora a ganhar um maior espaço devido as condições impostas ao mercado de cerveja atualmente que ofereceram maior espaço ao comércio online.
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Cabe verificar que esse aumento meteórico das vendas no Zé Delivery só foi possível devido todo o processo de maturação do projeto que permitiu tanto aos consumidores como a empresa fortalecer este canal ao longo do tempo e encontrar uma oportunidade onde ele se encaixa perfeitamente como a atual.
O Zé Delivery usa a extensa rede de pontos de venda da Ambev para coordenar oferta e demanda de produtos. A plataforma funciona como uma mediadora digital onde o consumidor realiza um pedido e um algoritmo repassa automaticamente para bares localizados nas imediações.
Isso só é possível devido a grande capilaridade que a Ambev possui com milhares de pontos com seus produtos. “O Zé Delivery está em praticamente todas as capitais e passa por uma rápida aceleração”, declarou Lucas Lira, diretor financeiro e de relações com investidores da Ambev ao Valor Ecônomico.
Em março e abril de 2020, a plataforma registrou 1,6 milhão de transaçõe ultrapassando 1 milhão de transações realizados em todo o ano de 2019.
A Ambev registrou aumento também aumento na compra de seus produtos em supermercados adicionalmente aos canais online, porém as mesmas não compensaram a perda de vendas em bares e restaurantes que respondem por mais da metade desta do volume faturado pela empresa.
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.