AB InBev está avaliando ganhar $ 1,2 bilhão com venda de suas marcas alemãs

A gigante global AB InBev está avaliando vender parte de duas marcas alemãs e direcionar caixa para investir em negócios mais atraentes para sua estratégia.

A AB InBev, maior grupo cervejeiro do mundo, está considerando a venda de algumas marcas de cerveja alemãs que a empresajá possui há décadas, com o objetivo de tira foco de negócios menos lucrativos e reduzir dívidas.

A cervejaria está avaliando a venda de marcas como Franziskaner Weissbier, Hasseroeder e Spaten. O desinvestimento neste o portfólio pode render cerca de 1 bilhão de euros (1,2 bilhão de dólares), revelaram pessoas a com conhecimento do assunto a Bloomberg.

A possível mudança indica que o novo presidente da AB InBev, o brasileiro Michel Doukeris, há três meses no cargo, estaria desejando acelerar investimento em mercados de bebidas mais novas, como drinks em lata. A venda desses ativos alemãs ajudaria a empresa a reduzir parte de sua dívida adquirida na compra da SABMIller, a última grande fusão realizada pela empresa em 2016.

A competição da AB InBev na Alemanha é complexa porque o mercado alemão de cerveja é muito fragmentado com marcas de médio porte com forte presença regional, sendo poucas as marcas com presença com forte presença nacional. A AB InBev na Alemanha emprega emprega mais de 2 mil pessoas.


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Uma das motivações da AB InBev em se desfazer de seu portfólio alemão, segundo a Bloomberg, é verificar que seu potencial de exportação é muito menor do que o de outras marcas europeias, o que limita o potencial de utilização de estratégias globais que auxiliam nos planos da empresa, algo que ela tem implementado com maior sucesso com marcas como Stella Artois e Hoegaarden, por exemplo.

Enquanto a Alemanha produz cerca de um quarto de toda cerveja produzida na Europa, ela exporta menos cerveja do que mercados menores do que Bélgica e Holanda.

AB InBev está buscando investir no “além da cerveja” e plataformas digitais.

Segundo Doukeris, uma grande revolução está ocorrendo na indústria de bebidas alcoólicas com mais de 60% do seu crescimento estando fora do mercado de cerveja. Para capitalizar em cima destas tendências a empresa tem buscado investir coquetéis em lata, vinhos enlatados, plataformas de comércio eletrônico e bebidas energéticas mais recentes da empresa.

Parte desta estratégia pode ser observada em implementações recentes na Ambev, subsidiária da AB InBev para o Brasil e parte das Américas. Recentemente a Ambev iniciou uma unidade dedicada exclusivamente para bebidas além da cerveja e tem também acelerado investimento em plataformas digitais como Zé Delivery, Menu e Bees.

A AB InBev herdou muitas de suas cervejas alemãs de uma transação anterior com a Interbrew, que se fundiu com a cervejaria brasileira Ambev em 2004 para formar a InBev – a empresa que mais tarde se uniu à Anheuser-Busch. 

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Sobre o autor

Felipe Freitas é engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação Tecnológica pela EQ/UFRJ e analista do mercado de cervejas.