Cervejarias paulistas se unem e criam sistema de coleta seletiva

Foto: Caravan Studio

As cervejarias What´s On Tap, Avós, Vortex e Caravan se uniram a startup Green Mining para desenvolver coleta seletiva de embalagens

O tema sustentabilidade está se unindo (felizmente) cada vez mais a questões da cadeia da cerveja no Brasil e ganhando exemplos que convidam o consumidor final a se engajar na conscientização demandada para conservação de recursos naturais.

Um movimento recente e muito interessante nesse sentido foi dado pela união de algumas cervejarias no modelo de brewpubs da capital paulista que criaram junto a startup de reciclagem Green Mining um modelo mais sustentável de utilização de embalagens para o consumidor de cerveja artesanal.

A destinação sustentável de embalagens é um grande desafio para o mercado de cerveja. Quando se restringe ao nicho das cervejarias artesanais essa questão se torna ainda mais desafiadora.

Enquanto o crescimento de consumo deste tipo de produto viabiliza pequenas escalas de produção de cerveja, o mesmo não ocorre diretamente com a possibilidade de reciclagem de todas as embalagens que, por possuírem a necessidade de uma cadeia logística complexa, acabam não gerando um modelo viável.


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Por isso pequenos negócios necessitam muito atuar de forma conjunta quando se buscam soluções para fazer com que a reciclagem de embalagens se torne algo factível.

O compartilhamento desse desejo por oferecer um consumo mais sustentável ao público uniu as cervejarias What´s On Tap, Caravan Studio, Avós e Vortex que encontraram na startup Green Mining um modelo viável para implementar a ideia.

A Green Mining é uma empresa que se dedica a construir a logística reversa de embalagens, levando esses itens de volta a cadeia do negócio ao invés de serem destinados para aterros sanitários.

O software de localização de resíduos da startup usa dados de vendas para identificar pontos críticos, onde uma grande quantidade de resíduos pós-consumo – como garrafas de cerveja – está sendo gerada. Normalmente são áreas com grande densidade de bares e restaurantes. A Green Mining então instala um centro de coleta nas proximidades. Os coletores recolhem os resíduos e os trazem de volta ao centro, onde são separados. 

O desenvolvimento desse sistema através de mecanismo que permite rastrear o retorno das embalagens até centros de reciclagem fez a Green Mining ganhar um projeto de aceleração da AB InBev para viabilizar metas de aumento da reciclagem de garrafas de vidro da gigante, e levou a startup passar a integrar o grupo de empresas do Pacto Global da ONU ligado a sustentabilidade.

No caso dos brewpubs paulistas foram disponibilizados quem pontos de coleta de garrafas Pet, ou garrafas de vidro, e latas. No mês de lançamento, consumidores que levarem 3 unidades de garrafas Pet, ou garrafas de vidro ganharam desconto no enchimento de growlers.

O nascimento da iniciativa foi celebrado com a criação da Recycle Craft & Fresh Beer – uma Double Juicy India Pale Lager com 8,3% de álcool e 60 IBU, com Triplo Dry Hoppyng de Citra, Ariana, El Dorado e Sabro.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.