A Coca-Cola Andina, uma das maiores engarrafadoras do sistema Coca-Cola no Brasil, conforme publicado no Brazil Journal deverá realizar seu primeiro grande investimento na cerveja Therezópolis, adquirida junto a Coca-Cola FEMSA no final do ano de 2021
O investimento mostra a disposição da Coca-Cola Andina em escalar a produção da Therezópolis de forma a capitalizar sobre a disponibilidade de distribuição da engarrafadora no país e o crescimento de cervejas premium no mercado brasileiro.
O montante de R$ 450 milhões será investido na construção de uma nova fábrica para a cerveja Therezópolis que deverá estar pronta para entrar em operação ao final de 2024.
A nova fábrica teria uma capacidade de produção de 750 mil hectolitros por ano, de acordo com fontes acessadas pelo Brazil Journal.
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O salto de capacidade de produção da Therezópolis com a nova fábrica seria considerável, com este volume sendo aumentada em 15 vezes em comparação aos números atuais.
Expansões futuras também foram citadas, com a unidade de produção chegando a 1,2 milhão de hectolitros por ano em 2027 e 2 milhões de hectolitros por ano em 2030.
Com foco em se inserir numa faixa entre o segmento premium e artesanal do mercado de cerveja no Brasil, a capacidade anual esperada da Therezópolis em 2030 seria cerca de 50 vezes menor que o volume total anual produzido pela Ambev em 2022.
A ampliação em capacidade poderá permitir um maior ganho de escala e redução em custos unitários, o que tem se demonstrado cada vez mais importante para busca de margem e competitividade no segmento premium.
Questões logísticas estão sob avaliação para decisão da localidade da fábrica da Andina para produção da Therezópolis. Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Minas Gerais estão entre as opções para a instalação da cervejaria.
A região sudeste já conta com grande capilaridade de distribuição da engarrafadora o que viabilizaria o grande salto em volume comercial da Therezópolis.
Engarrafadoras da Coca-Cola sempre apostaram apenas na distribuição de cerveja, sendo por exemplo um dos fatores responsáveis pela capilarização da Heineken em diferentes pontos do Brasil. A busca por produção própria representa um importante redirecionamento de sua estratégia.
Em grande parte essa decisão foi tomada devido a retirada de parte do portfólio do grupo Heineken da distribuição via sistema Coca-Cola, o que ocasionou uma perda de receita para as engarrafadoras.
A fabricação de cerveja por engarrafadoras da Coca-Cola Andina e Femsa no Brasil é algo pioneiro a nível mundial para o sistema Coca-Cola que tem apostado gradativamente em outras bebidas alcoólicas em algumas localidades do mundo.
Além da Therezópolis foi sinalizado que a espanhola Estrella Galícia, com quem as engarrafadoras da Coca-Cola possuem um contrato de distribuição, também poderia utilizar a capacidade produtiva da nova cervejaria
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.