Grandes cervejarias amargam queda expressiva com a crise

Fechamento de bares e restaurantes e redução de renda do público afetou todas as grandes cervejarias no Brasil e impactaram o negócio em diferentes níveis.

O desempenho das grandes cervejarias no Brasil no primeiro trimestre dimensiona o impacto que a crise do novo coronavírus teve sobre o mercado de cerveja no país.

Entre os principais fatores que afetaram as vendas dos grandes players do setor estão a queda de vendas do segmento de preço mais baixo e o fechamento de bares e restaurantes que representa quase a metade do volume de vendas de cerveja no território nacional.

O Grupo Petrópolis sofreu o maior impacto entre as grandes cervejarias do país apresentando queda da ordem de 33% no primeiro trimestre e decidiu colocar 10 mil dos seus 28 mil funcionários em férias coletivas para se adequar a queda de vendas.

A Ambev que lidera o volume de vendas de cerveja no mercado brasileiro sofreu redução de 11,5% no volume de vendas no primeiro trimestre. A empresa, de acordo com publicação do Valor, relatou aumento de vendas em supermercados e mercearias locais, principalmente em embalagens econômicas.


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Como destaque positivo, a Ambev no período viu o forte crescimento de vendas de seus canais online como o Zé Delivery que teve recorde de vendas ao alcançar em dois meses a venda do ano inteiro de 2019.

Porém, tanto o aumento tanto em supermercados quanto em canais digitais não compensaram a perda de vendas em bares e restaurantes que representam mais da metade do volume da companhia. A multinacional espera um segundo trimestre ainda pior q o primeiro com a necessidade de aprofundamento das medidas de contenção da epidemia.

A Heineken, entre as grandes cervejarias do Brasil, foi a que sofreu a menor queda em vendas, apresentando redução entre 5 e 7%.

O portfólio de cervejas premium da companhia registrou crescimento de 2 dígitos no período com vendas especificamente da cerveja Heineken aumentando 50%. Entretanto, o portfólio de baixo preço, representado pelas marcas Glacial, No Grau e Kaiser tiveram queda de até 26% mostrando como o público desta faixa de consumo já é fortemente afetado pela redução de renda devido a crise.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação Tecnológica pela EQ/UFRJ e analista do mercado de cervejas.