Heineken se torna a marca de cerveja mais valiosa do mundo

Heineken ultrapassa a concorrentes e se torna a marca de cerveja mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 7,6 bilhões, em prestigiado ranking anual

O valor da marca Heineken cresceu 10%, de acordo com a consultoria especializada na avaliação de marcas Brand Finance. O crescimento fez com que Heineken ultrapassasse Corona como marca de cerveja mais valiosa do mundo no ranking publicado pela consultoria anualmente.

Todos os anos, a consultoria líder em avaliação de marcas, Brand Finance , testa 5.000 das maiores marcas dos mais diferentes segmentos e publica mais de 100 relatórios, classificando marcas em todos os setores e países. As 50 marcas de cerveja mais valiosas e fortes do mundo estão incluídas no ranking anual Brand Finance Beer 50 2023 .

Na metodologia da Brand Finance, marca é definida como um ativo intangível relacionado ao marketing, incluindo, entre outros, nomes, termos, sinais, símbolos, logotipos e designs, destinados a identificar bens, serviços ou entidades, criando imagens e associações distintas nas mentes das partes interessadas, gerando assim benefícios econômicos.

Uma marca pode ser, e para grandes cervejarias quase sempre é, um dos ativos mais valiosos de uma empresa. A Brand Finance gera avaliações do valor de marca de diversos produtos e serviços baseada numa metodologia que combina reconhecimento do valor de marca pelo público, nível de investimento e projeção de faturamento.


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Apesar das pressões inflacionárias e de uma série de controvérsias recentes, a indústria da cerveja apresentade um crescimento saudável e estável à medida que continua se recuperando dos impactos da pandemia. E, à medida que os consumidores optam por cervejas de maior qualidade e com diferenciais sensoriais em vez das opções mais econômicas, o que tem favorecido a Heineken.

De acordo com os dados da Brand Finance,  a Heineken ultrapassou a Corona Extra que liderou o ranking nos últimos 4 anos, se tornando a marca de cerveja mais valiosa do mundo. Avaliado em 7,6 mil milhões de dólares, a holandesa registrou um crescimento de 10% ano contra ano em 2023, derrubando a Corona , apesar do crescimento de 6% desta. A cerveja mexicana possui um valor de US$ 7,4 bilhões.

Após Heineken e Corona a lista é seguida por Budweiser, com US$ 6,6 bilhões, Bud Light, com US$ 5,9 bilhões, e Modelo Especial, com US$ 4,2 bilhões, completando as cinco marcas mais valiosas.

A marca brasileira mais bem rankeada na lista da Brand Finance de 2023 é a marca Skol da AB InBev, holding global da brasileira Ambev na 15ª posição. Brahma em Antarctica também aparecem entre os 25 primeiros.

Heineken tem ampliado vendas mesmo com aumento de preço

“Parece que os bebedores de cerveja não estão necessariamente bebendo mais, mas, em vez disso, bebem melhor. As visitas a bares e restaurantes estão se tornando menos regulares e menos espontâneas, o que significa que muitos consumidores procuram trocar a sua cerveja preferida, dando prioridade ao sabor e à qualidade em detrimento do preço.” declarou Henry Farr, diretor associado da Brand Finance.

Sendo a marca de cerveja mais vendida na Europa, a Heineken obteve melhores receitas e crescimento orgânico devido aos aumentos de preços no ano passado. Os hábitos de consumo estão mudando e os consumidores estão dispostos a gastar mais em produtos considerados de qualidade superior, o que tem favorecido a cerveja Heineken que é uma projetada para estar inserida neste posicionamento.

O Brasil para a marca holandesa é um dos principais mercados do mundo. Sendo o mercado onde a Heineken é mais vendida globalmente, nos últimos anos o crescimento em vendas da cerveja Heineken no Brasil, apesar de seus seguidos reajustes de preço, tem demonstrado como a dinâmica da chamada premiunização tem favorecido a marca também por aqui.

O fôlego que Heineken tem ganho no país contribuiu para a decisão do investimento da empresa em uma nova fábrica no Brasil no valor de R$ 1,8 bilhão no sul do estado de Minas Gerais. A unidade será a primeira a ser 100% construída pela Heineken no Brasil.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação Tecnológica pela EQ/UFRJ e analista do mercado de cervejas.