Publicamos uma postagem inicial sobre tendências de branding para a cerveja artesanal abordando alguns elementos que têm sido utilizados no desafio das cervejarias de construírem marcas que tenham uma coesão e promovam engajamento com o público alvo. Você pode lê-la aqui. A parte 3 você encontra aqui.
Ao continuar essa série serão abordados alguns estilos de ilustração com ótimos potenciais de agregação de valor e algumas características de embalagens.
A gravura é uma linguagem visual ímpar que tem um resultado surpreendente.
O impacto desse tipo de ilustração sempre traz uma atmosfera rústica que ajuda a traduzir as características artesanais da bebida.
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Esse estilo de ilustração se encaixa muito bem para agregar valor a rótulos de linhas mais diferenciados de uma cervejaria e a utilização de papéis diferenciados agregam valor ainda maior ao rótulo.
A cervejaria Treze de São Paulo, a cearense Luzterr e coletivo Minore do Rio Grande do Sul utilizaram a técnica através do trabalhos de artistas convidados.
O mais que conhecido termo beba local, utilizado por microcervejarias para enfatizar a valorização de produtos da própria região e a possibilidade de consumi-los de forma fresca, ganha ainda mais ressonância quando a comunicação do rótulo apela para a cultura local.
Alguns estudiosos têm inclusive se dedicado a analisar esse fenômeno chamado localismo que encontra na ascensão mundial da cerveja artesanal um dos seu maiores expoentes (pense em Brooklyn e Sierra Nevada como alguns dos exemplos mais famosos).
A cultura de localidades brasileiras ainda tem muito o que ser explorada, nesse sentido algumas cervejarias como a pernambucana Ekaut, a sergipana Uçá e a carioca De Janeiro já começara a investir nisso.
Um dos grandes trunfos da cerveja sobre outras bebidas é seu amplo espectro de ocasiões potenciais de consumo.
Estilo, educação do consumidor e planejamento de marketing definem se um produto será conduzido para ocasiões mais solenes ou para outras mais casuais.
Focando na última opção, a gradativa evolução do mercado já tem permitido que alguns estilos sejam consumidos sem cerimônia ou necessidade de copo ou taça, em ocasiões mais apropriadas para isso.
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Essa é uma grande tendência que só tem a ganhar mais espaço e players com maiores escalas devem utilizar essas embalagens de forma estratégica em seus portfólios.
Dessa maneira se a sua escala permite custos acessíveis e se seu produto tem potencial vale a pena investir em embalagens com volumes para situações mais casuais como latas menores que 473 ml e garrafas long neck.
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Certamente esta tendência é a de mais larga adoção de todas aqui apresentadas.
Os rótulos adesivos sensíveis a pressão têm se difundido rapidamente pelo mercado americano e britânico e o mesmo tem se observado no mercado brasileiro.
Esses rótulos comunicam bem uma atitude “Faça você mesmo” das cervejarias para consumidores e ao mesmo tempo são uma alternativa à utilização de sleeves ou ainda à impressão em latas (cujo o custo é inviável para pequenas escalas).
Essa alternativa confere flexibilidade pois a decisão de qual rótulo aplicar pode ser definida a posteriori, estando as latas disponíveis para qualquer rótulo.
Flexibilidade e menores custos têm sido atrativos para cervejarias e este tipo de embalagem começa a ter uma ótima adesão do público habituado a consumir cervejas mais elaboradas.
Na próxima publicação dessa série serão abordadas algumas técnicas utilizadas no Instagram para a finalização das tendências de branding para a cerveja artesanal.
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.