1º Seminário Internacional de Lúpulo em SP recebe patrocínio do Grupo Petrópolis

Foto: Bohdan Stocek via Unsplash

Evento inédito em Paulínia, no estado de São Paulo, discute temas relacionados ao desenvolvimento do setor do lúpulo no Brasil

O Brasil, que passou a contar com diversas iniciativas de produção de lúpulo pelo país, está passando a contar com um evento para discutir oportunidades e obstáculos existentes neste setor em expansão.

O Seminário Internacional do Lúpulo, que será realizado em Paulínia, no interior de São Paulo, nos dias 19 e 20 de maio, se propõe a debater e compartilhar perspectivas, experiências, desafios e oportunidades deste novo momento do lúpulo no Brasil e contará com patrocínio do Grupo Petrópolis.

Dados revelados pela Aprolúpulo (Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo) em 2021 mostraram que a área plantada de lúpulo no país atingiu 42 ha (hectares) em 2020, o que foi equivalente a um aumento de 110% sobre o ano anterior.

A área destinada a este cultivo no Brasil já corresponde a 14,6% da área destinada a plantação de lúpulo na Argentina, maior produtor da América do Sul. Em termos de produtividade, no entanto, o país ainda possui um caminho de crescimento a ser percorrido. A Argentina possui 1,5 t/ha enquanto o Brasil possui ainda 0,57 t/ha.


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Além de pequenos produtores o Brasil está tambpem contando com projetos relacionados a produção de lúpulo que envolvem as grandes cervejarias presentes no mercado nacional. Sendo que o Grupo Petrópolis foi o pioneiro neste sentido.

A companhia já investiu mais de 4 milhões de reais no projeto do lúpulo. Hoje a nossa área plantada equivale a 5,27 hectares e a nossa produção em 2022 deve alcançar 932 quilos da planta”. Estamos expandindo a plantação para a nossa propriedade em Uberaba, Minas Gerais, com bons resultados iniciais de adaptabilidade da planta ao clima local”, declarou Diego Gomes, diretor Industrial do Grupo Petrópolis

Lúpulo brasileiro tem um grande caminho para seu desenvolvimento

O fato é que a produção nacional vem registrando aumento expressivo nos últimos anos, mas ainda perde para a importação do produto em grande escala. De acordo com a Associação Brasileira da indústria da Cerveja, CervBrasil, o Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo e produz 14 bilhões de litros por ano. Para isso, importa cerca de 3.200 toneladas de lúpulo por ano. “Insistimos em importar, quando poderíamos valorizar o produto brasileiro que traz o sabor nacional em função do nosso Terroir e do frescor da colheita, uma vez que a entrega do produto é mais rápida”, explica Luciano Bertrzini, gerente comercial da Brava Terra.

Luciano reforça que são vários os entraves para a importação que vão desde o prazo para a chegada do insumo até o preço. Em compensação, em 2021, o Brasil registrou um aumento de 160% na produção do lúpulo nacional, com volume de 4 toneladas contra 9 em 2020, mas ainda enfrenta resistência na utilização do produto nacional pelas cervejarias. “Nós precisamos popularizar a produção do lúpulo nacional para aumentar a produção da cerveja nacional artesanal”, reforça Herman Wigman, diretor da Van de Bergen, organizadora do evento, e vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo).

Diego Gomes, que é mestre cervejeiro e malteiro formado pela Doemens Akademie, na Alemanha e diretor industrial do Grupo Petrópolis, destaca ainda que a instabilidade do câmbio, aliada aos primeiros resultados positivos alcançados (também em alfa ácido), reforçados pelos benefícios de frescor, são alguns dos fatores que posicionam o lúpulo nacional como uma alternativa com grande potencial também para as grandes cervejarias.

Grupo Petrópolis patrocina evento que discute lúpulo nacional com pequenos produtores

Neste cenário, 1º Seminário Internacional do Lúpulo, que será realizado em Paulínia, no interior de São Paulo, nos dias 19 e 20 de maio, busca discutir as oportunidades de crescimento e os entraves que ainda dificultam a produção do lúpulo nacional. Para Herman Wigman, essa é uma oportunidade para que os pequenos produtores de cerveja entendam mais sobre a cadeia e os grandes percebam os diferenciais do insumo nacional. “O lúpulo brasileiro vem se destacando não apenas pelo preço, mas também pela qualidade”, reforça Herman.

O 1º Seminário Internacional do Lúpulo é organizado pela Van de Bergen, com patrocínio do Grupo Petrópolis, Brava Terra e Agrofarmpol, e recebe apoio da Aprolúpulo e especialistas do setor. As atividades ocorrerão no Vitória Hotel Convention Paulínia, a partir das 15 horas do dia 19/05. No dia 20/05, as palestras terminam às 16 horas. É importante reforçar que os participantes poderão visitar o viveiro de mudas de lúpulo Van de Bergen, onde terão acesso às estufas com altíssimo grau tecnológico aplicado, rastreabilidade total de todas as plantas, automação completa de clima, sistema moderno de segurança sanitária e mais.

Durante o Seminário Internacional do Lúpulo, 13 palestras serão ministradas nos dois dias de programação. O seminário vai proporcionar o compartilhamento de experiências e oportunidades entre participantes de diversas localidades. Atualmente, o tema ganha cada vez mais relevância no País, já que a produção de lúpulo obteve crescimento de mais 160%  em um ano, o que indica a importância da cultura e a oportunidade de crescimento desse mercado local. Prova disso, é que foram produzidas 24 toneladas em 2021, frente a 9 toneladas em 2020, de acordo com dados da Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo, a Aprolúpulo. 

O evento tem como objetivo debater e compartilhar perspectivas, experiências, desafios e oportunidades deste novo momento do lúpulo no Brasil. Concilia objetivos técnicos e estratégicos para que produtores e empresas do Brasil possam pensar, criar e agir a cadeia do lúpulo de forma coordenada, com inovações em produtos, padrões de uso, processos produtivos e tendências na velocidade demandada pelo mercado internacional.

Mais informações e inscrições no site www.seminariodolupulo.com.br. O valor é de R$870,00. Associados da Aprolúpulo têm desconto de 9% e pagam R$790,00 – o investimento contempla palestras, hospedagem e alimentação. As vagas são limitadas.

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Sobre o autor

Felipe Freitas é engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação Tecnológica pela EQ/UFRJ e analista do mercado de cervejas.