A cervejaria Blondine de Itupeva em São Paulo dá continuidade ao seu projeto de diversificação de seus produtos, conforme já havia anunciado anteriormente no início de 2021 com lançamento da sua linha de cervejas sem álcool.
Destacando que sua linha de cervejas apresenta 0,0% de teor alcoólico, um nível abaixo inclusive do que é descrito pela legislação para que uma cerveja seja classificada como sem álcool no Brasil, a Blondine relata que alcançar este patamar só foi possível devido a investimento em tecnologia que fez da marca a primeira do mundo a atingir este número fora dos grandes grupos cervejeiros.
Para solucionar o desafio de produzir a Blondine 0.0%, a microcervejaria contou como parceiros com uma multinacional no segmento de bioscience, e também a Anton Paar, multinacional atuante no segmento de equipamentos de precisão em analises laboratoriais. Para chegar ao resultado final, a Blondine pesquisou durante dois anos novos processos e investiu R$ 120 mil entregando uma bebida que fosse 0,0% de álcool, mesmo depois da vírgula.
“O estudo de cerveja zero álcool levou 2 anos até seu lançamento para o mercado. Tínhamos a opção de lançar um rótulo sem álcool, em até 0,5% de álcool (que é permitido), mas a Blondine foca em bebidas inovadoras e queria quebrar o paradigma de que apenas grandes corporações conseguiriam produzir cerveja 0,0%. A escolha do estilo foi justamente por reforçar nosso posicionamento artesanal, a maioria das cervejas zero que encontramos não tem sabor atrativo, a Blondine investiu em lançar uma cerveja zero álcool com sabor de cerveja artesanal.” declarou Aloísio Xerfan sócio-fundador da Blondine.
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Para o lançamento, a marca apresenta dois estilos: A Blondine 0.0% Session IPA e a 0.0% Session IPA com Maracujá, trazendo uma diferenciação de aroma e sabor ainda pouco explorada dentro desta categoria. Além desta novidade, a Blondine apresentará, em breve, outras criações neste segmento, abrindo leque para diversos estilos e também a inclusão de frutas.
“A produção da zero álcool inclui a utilização de uma levedura especial e ainda alguns parâmetros distintos de produção da cerveja tradicional. Realizamos muitos testes na produção para enfim homologar o processo.” destaca Aloísio sobre a trajetória até chegar ao resultado da Blondine 0.0%.
De acordo com a empresa o desenvolcimento deste processo evitou que a cervejaria tivesse de adquirir um equipamento de R$ 140 milhões de reais para permitir a retirada do álcool produzido na cerveja.
Ganhando maior atenção desde 2019 de cervejarias artesanais brasileiras, conforme publicado à época na Catalisi, o mercado de cerveja sem álcool tem gradativamente nos últimos anos ganhado produtos para formar um novo nicho para as artesanais no Brasil. Tudo isso mirando em ocasiões de consumo que estas cervejas pretendem se associar.
“São pessoas em momentos específicos da vida, que demandam não consumir álcool, como treinos de esporte, dietas restritivas, tratamentos médicos, grávidas, lactantes, motoristas, profissionais em reunião, grupos de estudo e outras muitas ocasiões que levam a uma vida de cerveja sem álcool. Claro que ressaltamos sempre consultar o profissional de saúde para acompanhamento do consumo”, destaca Xerfan, sobre o potencial da Blondine 0,0%.
A Blondine destaca que este é mais um passo de inovação e amplificação de seu portfólio de bebidas artesanais, que não utiliza nenhum aditivo químico em suas receitas. Há pouco menos de um mês, a marca apresentou sua Hard Seltzer a Verano, uma bebida leve, refrescante, gaseificada, com sabores de frutas e álcool de cereais.
Seguindo uma tendência já em expansão nos Estados Unidos, e que tem chegado ao Brasil na estratégia de grandes cervejarias, a Blondine pretende avançar na diversificação de seu portfólio com a inclusão de cervejas voltadas para um público que cultiva um estilo de vida ativo.
“A cerveja 0,0% foi apenas o primeiro passo para uma linha de cervejas inovadoras que iremos lançar. Começamos pelo que parecia impossível, criar uma cerveja 0,0% e na sequencia teremos novidades no portfólio que a partir deste produto cria-se uma linha de cervejas “wellness” com ênfase no bem estar e saúde, como por exemplo a cerveja Sports, uma light lager que ganhou medalha de bronze no Concurso Brasileiro de Cervejas 2021, antes mesmo de ser lançada.”, complementa Aloisio.
Sobre a Blondine
Fundada em 2010, a cervejaria artesanal Blondine foi premiada diversas vezes por seus rótulos que priorizam o sabor e a originalidade. Cinco anos após a sua abertura, a Blondine conquistou, além dos prêmios, sua própria fábrica, o início das exportações para os Estados Unidos e China, o lançamento do refrigerante artesanal Be Pop e de sua hard seltzer Verano, a marca é a única Cervejaria Artesanal do mercado a se posicionar como Industria de Bebidas Artesanais e tem seu foco 100% em inovações de bebidas naturais e promete ampliar seu portifólio em diversos segmentos. Hoje é protagonista no cenário gastronômico, sendo marca presente nas principais casas de São Paulo como A Casa do Porco, Picchi, ICI Brasserie, Bráz Elettrica, Dona Onça, Jacarandá, Hot Pork, Pirajá, Astor, Cuia Café, entre outros além de estar presente com boa distribuição nas redes de varejo no Brasil.
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.