Em 2025, o Paraná projeta atingir um marco histórico na produção de cevada, com previsão de recorde na área plantada e na quantidade colhida, consolidando ainda mais sua liderança nacional nesse cultivo.
Esse avanço expressivo é resultado de uma trajetória de crescimento contínuo, impulsionada por condições agronômicas favoráveis e pela demanda crescente das maltarias instaladas no estado.
A cevada é um cultivo tipicamente de inverno, seu plantio é mais forte nas regiões temperadas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde o clima favorece a produção com qualidade para fazer cerveja. Estados como São Paulo e Goiás também cultivam o cereal.
O Paraná deve consolidar sua posição como líder nacional na produção de cevada ao projetar, para 2025, a maior área plantada de sua história: 94,6 mil hectares, representando um aumento de 18% em relação aos 80,5 mil hectares cultivados em 2024.
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Essa expansão é acompanhada por uma estimativa de produção recorde de 413,8 mil toneladas, um crescimento de 40% comparado às 296,1 mil toneladas colhidas no ano anterior.
Historicamente, o Paraná tem se destacado na produção de cevada, respondendo por 60% da produção nacional em 2019 . Enquanto estados como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina têm reduzido suas áreas cultivadas, o Paraná apresenta crescimento contínuo, impulsionado por condições climáticas favoráveis e investimentos em tecnologia agrícola. Em 2024, o estado cultivou 80,5 mil hectares, colhendo 296,1 mil toneladas do cereal.
A demanda crescente das maltarias instaladas no Paraná tem sido um fator determinante para o aumento da área plantada. No primeiro trimestre de 2025, essas indústrias adquiriram aproximadamente 200 mil toneladas de cevada, reforçando a necessidade de produção local para atender ao mercado de malte . A proximidade entre as áreas de cultivo e as maltarias reduz custos logísticos e garante a qualidade do insumo, essencial para a indústria cervejeira.
A expansão da cevada no Paraná em 2025 reflete uma estratégia alinhada às demandas do mercado e às capacidades produtivas do estado. A integração entre produtores e indústrias, aliada a investimentos em tecnologia e infraestrutura, sugere um cenário promissor para a cultura nos próximos anos. No entanto, a sustentabilidade desse crescimento dependerá da continuidade do apoio institucional, da estabilidade climática e da manutenção da qualidade do grão, fatores essenciais para consolidar o Paraná como referência nacional na produção de cevada.
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.