A cervejaria Overhop, da capital do Rio de Janeiro, está buscando se aproximar do consumidor final através de um investimento em máquinas automáticas de venda de cerveja.
Os equipamentos vendem cervejas envasadas em growlers pet de 1 litro e não dependem de nenhuma intermediação no momento da compra, necessitando apenas de pagamento através de um cartão bancário.
Com o investimento a Overhop pretende instalar as novas máquinas em condomínios residenciais para que seus produtos fiquem disponíveis 24 horas para que os moradores tenham essa opção no momento da compra de cervejas.
A tendência de busca de entrega de conveniência no mercado de cerveja tem sido crescente nos últimos anos e foi acelerada ainda mais devido as mudanças de hábito do consumidor provocados pela pandemia, o que tem levado a mudanças no direcionamento dos canais de venda e também na utilização de embalagens
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“Estamos debruçados nesse projeto há 6 meses. Durante esses dois anos de pandemia observamos que o número de máquinas e geladeiras de auto serviço instaladas em grandes condomínios do Rio de Janeiro disparou. Entretanto, nenhuma delas dava atenção as cervejas artesanais.” declarou Rodrigo Baruffaldi, sócio fundador e cervejeiro da Overhop.
Um dos desafios da inserção das máquinas é adequar a cadeia da cervejaria para atender esses novos pontos de venda. A cervejaria pretende expandir os equipamentos para diversos locais com o tempo.
“Temos uma pessoa exclusiva para essa missão (de reabastecimento). A estrutura é simples, porém muito eficiente. Além dela coletar os growlers no estoque e levar até os condomínios, ela alimenta o sistema da máquina. Nossa meta conservadora é girar 500 litros por mês em cada máquina. Queremos chegar ao número de 100 geladeiras instaladas em 2022, entre condomínios, hotéis, lojas e espaços públicos. Nosso maior objetivo é encurtar e ocupar o espaço entre o público e o comércio tradicional, com comodidade, qualidade e segurança.” comentou Baruffaldi sobre os planos para as máquinas da Overhop.
A Overhop realizou diversas movimentações nos últimos anos que alteraram seu modelo de negócios. A cervejaria foi iniciada em 2016 com um modelo de produção terceirizada e expandiu o negócio para fora do Brasil através da Overhop Canadá que inaugurou sua fábrica em 2020 e compartilha propriedade intelectual com a unidade brasileira.
Este ano, ainda no primeiro trimestre a Overhop deverá inaugurar um brewpub no Rio de Janeiro, através da transformação de seu bar da marca numa cervejaria com uma pequena unidade de produção. Com isso a cervejaria poderá conjugar um modelo de produção com venda direta com a terceirização visando um mercado de distribuição
O fator conveniência está se tornando cada vez mais importante no mercado de cerveja. Isso já era observado por grandes cervejarias há alguns anos, o que levou, por exemplo, a Ambev a criar o Zé Delivery há cerca de 6 anos atrás. Para além do mercado online, unidades de venda autônoma de cerveja também estão crescendo.
Esses tipos de equipamentos já estavam se tornando realidade para as grandes cervejarias e agora se aproximam também das microcervejarias, necessitando de um nível de investimento e adequação de operações para que as chances de sucesso sejam ampliadas.
Manutenção e reabastecimento contínuo para que as ofertas de rótulos estejam sempre disponíveis são fundamentais para que o nível de serviço seja satisfatório e, além disso, reconhecimento e reputação da marca também são ingredientes fundamentais para a conversão das vendas neste modelo.
A escolha de localização e tipo de local onde a máquina é instalada são também fatores importantes na avaliação para que se atinja um público alvo mais próximo do foco e do portfólio da cervejaria.
Ainda estamos na primeira fase do uso de tecnologia para a venda de cerveja e este ponto da cadeia do negócio ainda deve apresentar uma série de inovações num futuro próximo.
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Sobre o autor
Felipe Freitas é analista do mercado de cerveja, engenheiro químico, mestre em Gestão da Inovação pela UFRJ. Fundador e editor do portal Catalisi.